Um estudo realizado pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, encomendado pela Associação Médica Americana (AMA), avaliou 109 artigos científicos sobre tratamentos clínicos em andamento relacionados ao novo coronavírus. O objetivo era apontar os medicamentos mais eficazes contra a Covid-19.
Entre as linhas de tratamento adotadas que foram analisadas, estão o antiviral remdesivir, a cloroquina, o anti-HIV Kaletra e o interferon-beta – remédios listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para serem usados em testes do programa Solidarity em pacientes de diferentes países.
O resultado do levantamento, entretanto, foi decepcionante. De acordo com a revisão, nenhum dos artigos conseguiu comprovar a eficácia dos tratamentos que vem sendo desenvolvidos.
Os pesquisadores da AMA avaliaram os testes feitos com hidroxicloroquina em pacientes da França e China e não ficaram satisfeitos com o resultado. No país europeu, o estudo analisado havia sido realizado com grupos pequenos e não contabilizava voluntários excluídos do teste por problemas de adaptação à terapia. Enquanto na China, o estado de saúde dos pacientes não mostrou melhora com o uso do medicamento da malária.
O remdesivir, usado no combate ao Ebola, ficou entre as opções com melhores resultados. Ao menos 68% dos pacientes que usaram a medicação em quatro países apresentaram melhoras no quadro clínico. Mas, ao New England Journal of Medicine, os cientistas responsáveis pelo estudo afirmaram que a eficácia do remédio contra o vírus ainda não é garantida pois os testes clínicos precisariam ser mais aprofundados, com comparações com placebo ou com outros tratamentos, por exemplo.
O Kaletra foi testado em 199 pacientes hospitalizados por Covod-19 na China, entretanto, nenhum deles apresentou melhora no estado de saúde.