Pacientes norte-americanos estão dando entrada em pedidos de compensação financeira devido a tratamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19. O caso de Susan Cicala, uma enfermeira de 60 anos que faleceu após ter sido tratada com azitromicina e hidroxicloroquina – uma versão mais avançada da cloroquina, é um dos 48 processos movidos por parentes de pacientes tratados com os medicamentos, que podem causar sérios efeitos colaterais.
O marido da vítima, Steve Cicala, 58 anos, é autor do pedido de indenização. Se for bem-sucedido, ele pode receber cerca de US$ 367 mil (R$ 2.031.748). De acordo com informações da Reuters, ele entrou com o pedido de compensação financeira junto ao Programa de Compensação de Lesões de Contramedidas (CICP, da sigla em inglês), iniciativa supervisionada pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos.
O fundo teria até US$ 30 bilhões que podem ser usados para compensar ferimentos graves ou mortes causados por tratamentos ou vacinas. Até agora, o programa negou compensação em 90% dos casos registrados antes da pandemia, principalmente, para vacinas contra a gripe H1N1.
De acordo com Steve, a esposa foi levada ao pronto-socorro do Clara Maass Medical Center, em Nova Jersey, para tratar uma tosse intensa e febre. Nenhum dos dois sabia, até então, que a mulher estava com Covid-19.
A respiração e a pressão arterial de Susan pioraram. Por causa disso, os médicos receitaram azitromicina e hidroxicloroquina, além de colocá-la em um ventilador pulmonar artificial. Cerca de 11 dias após ter sido admitida no hospital – o mesmo em que ela havia trabalhado por anos – a paciente teve uma parada cardíaca e morreu.
Jonathan Levitt, advogado de Steve, afirmou que registros de eletrocardiograma mostram que os medicamentos interromperam o ritmo cardíaco de Susan Cicala. “Agora já sabemos que a combinação desses dois remédios é mortal”, completou. “Ela foi colocada em um ventilador, o que, como se sabe, também apresenta alguns perigos substanciais.”
Compensação por danos
O governo dos EUA não divulga informações sobre reinvindicações feitas ao fundo, valor dos pagamentos indenizatórios ou o motivo de alguma reclamação ser negada. Segundo a Reuters, já foram feitas 48 reclamações neste ano, todas pendentes até o dia 16 de fevereiro. Em geral, as solicitações diziam respeito a ferimentos graves e mortes causadas por vacinas, ventiladores pulmonares artificiais e medicamentos. Todas estavam relacionadas a casos de Covid-19.
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