Estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que a variante brasileira do novo coronavírus (P.1), identificada no Amazonas, pode provocar uma carga viral – quantidade de vírus no corpo – 10 vezes maior quando comparada às outras versões do vírus.
Sem revisão e ainda não publicado em revistas científicas, o estudo (confira aqui) entra na lista das diversas investigações produzidas sobre a variante brasileira. Outras pesquisas indicaram que a nova cepa, possivelmente, é mais transmissível por conta das mutações que sofreu na proteína spike, responsável por fazer a ligação entre o vírus e as células humanas.
“[Se] a pessoa tem mais carga viral nas vias aéreas superiores, a tendência é que ela esteja expelindo mais vírus – e, se ela está expelindo mais vírus, a chance de uma pessoa se infectar próxima a ela é maior”, explicou, em entrevista ao G1, Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazonas e líder do estudo.
Explosão da variante pelo país
Com o relaxamento das medidas protetivas contra o novo coronavírus, diferentes cepas do vírus surgiram e já se disseminaram pela maioria dos estados brasileiros. No caso da variante amazonense, o Ministério da Saúde já identificou pelo menos 173 casos de pessoas infectadas no país.
“A falta de distanciamento social eficiente e outras medidas de mitigação provavelmente aceleraram a transmissão precoce da P.1, enquanto a alta transmissibilidade desta variante alimentou ainda mais o rápido aumento de casos de Sars-CoV-2 e hospitalizações observados em Manaus após seu surgimento”, dizem os pesquisadores brasileiros.