Dez dias depois do nascimento da pequena Ava-Rose Lake, os pais da menina perceberam um comportamento inusitado. Quando ela estava acordava, roncava, mas o barulho parava quando a bebê dormia. Com apenas 12 dias de vida, a inglesa foi diagnosticada com comunicação intraventricular ampla (CIV), uma malformação cardíaca congênita.
A condição é caracterizada pela presença de buracos entre as câmaras do coração, o que faz com que o sangue que volta ao órgão sem oxigênio se misture ao que está saindo do peito, prejudicando a circulação.
Ronco incomum
Os pais de Ava-Rose perceberam que a filha tinha algum problema ao observar seus hábitos de sono: ela dormia mais do que a primeira filha deles, Finlay. A pequena também roncava muito quando estava desperta e não ganhava peso.
Os médicos suspeitam que a bebê roncava quando o coração estava em maior atividade, ou seja, quando ela estava acordada. O barulho acontecia por conta de um acúmulo de sangue nos pulmões que dificultava sua respiração. Além disso, a criança estava sempre tão cansada que não conseguia nem mamar sem cair no sono.
Eles levaram a bebê ao hospital e lá se verificou que os batimentos cardíacos da criança eram mais acelerados que o comum. “O coração dela chegava a bater com o dobro da frequência esperada”, conta a mãe de Ava-Rose, Charlotte, em um texto do GoFund Me, site de financiamento coletivo onde a família arrecada dinheiro para financiar hospitais que tratam pacientes com a mesma condição da pequena.
A comunicação intraventricular ampla
Não há uma causa que leve à CIV e, embora a condição seja congênita, ela não é genética. A gravidade do quadro depende do tamanho do buraco que há no coração e os sintomas são falta de ar (dispineia), dificuldade para comer e de crescimento.
O tratamento indicado para Ava-Rose era a cirurgia, mas ela precisava engordar — a bebê estava perdendo peso desde o nascimento — para passar pelo procedimento. Ava foi alimentada por sondas e a cirurgia para corrigir a malformação foi feita no seu terceiro mês de vida.
A operação foi um sucesso. Por conta do pós-operatório difícil, a bebê ficou sedada por mais três dias até que o coração se recuperasse. Atualmente, com cinco meses de vida, a família diz que Ava-Rose é uma bebê normal.
“Ela teve um desempenho incrível. Ninguém esperava que ela se recuperasse tão bem e saísse do hospital tão cedo, mas estamos muito gratos em todos os sentidos”, escreve Charlotte.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!
