Alta taxa de cura: confira 6 mitos e verdades sobre o câncer de bexiga

No mês de conscientização da doença, especialista alerta para os sintomas e desmistifica as principais questões sobre esse tipo de tumor

atualizado 27/07/2022 17:56

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Foto colorida de bexiga Getty Images

O câncer de bexiga é o décimo tipo de tumor mais comum no mundo e, apesar de assustar, tem boas taxas de cura quando identificado em suas primeiras fases. Ainda assim, o diagnóstico precoce é um grande desafio: os sintomas, muitas vezes, são negligenciados pelo paciente, e o tumor tem grandes chances de se espalhar por outras regiões do corpo. Quanto mais tarde se identifica o câncer, mais complicado é o tratamento.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em 2020, estima-se que sejam diagnosticados mais de dez mil casos por ano da doença no Brasil. Entre eles, 7.590 são entre homens e 3.050, em mulheres. Por ser descoberto tradicionalmente tarde, a mortalidade do câncer de bexiga chega a mais de 43%.

“É preciso observar a urina e ver se há presença de sangue. Além disso, atentar-se à dor ou queimação na hora de urinar e à mudanças nos hábitos urinários, tanto em relação ao fluxo, como na vontade de urinar mesmo com a bexiga vazia, e aumento na frequência de idas ao banheiro”, explica o oncologista Paulo Lages, da Onco Vida.

A doença se desenvolve em fases e de maneira progressiva. Nos primeiros sinais de qualquer anormalidade, a indicação é procurar um urologista para investigar as causas e, se for o caso, dar início ao tratamento.

Veja alguns mitos e verdades sobre o câncer de bexiga:

1. Sangue na urina é o principal sintoma?

Verdade. Mas, apesar de ser o principal sintoma do câncer de bexiga e estar presente em cerca de 90% dos casos, ele não é o único sinal da doença. Outras manifestações comuns são dor ao urinar, incontinência urinária, vontade de urinar frequente, cansaço, dor abdominal, dor na lombar e perda de peso.

“Quando a urina fica com a coloração diferente, alaranjada, vermelha brilhante ou rosa, é mais fácil de notar. No entanto, nos estágios iniciais, o sangue pode ser imperceptível, sendo constatado apenas em exames solicitados pelo médico”, relata Lages.

O sangue na urina também pode ser sinal de outras doenças menos graves, como a infecção urinária, e, por isso, é preciso investigar com a ajuda do profissional de saúde.

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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia
O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia
Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença
Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso
O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia
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Segundo o Instituto Nacional de Câncer, para cada ano do triénio 2020/2022 serão registrados cerca de 625 mil casos da doença no Brasil

Science Photo Library - STEVE GSCHMEISSNER, Getty Images
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Extremamente comum no país, o câncer de pele é caracterizado pelo aparecimento de tumores na pele em formato de manchas ou pintas com formatos irregulares. Relacionada à exposição prolongada ao sol, exposição a câmeras de bronzeamento artificial ou por questões hereditárias, a doença pode ser tratada através de cirurgias, radioterapia e quimioterapia

miriam-doerr/istock
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O câncer de mama é causado pela multiplicação descontrolada de células na mama. Apesar de ser comum em mulheres, a enfermidade também pode acometer homens. Entre os sintomas da doença estão: dor na região da mama, nódulo endurecido, vermelhidão, inchaço e secreção sanguinolenta. O tratamento envolve cirurgia para retirada da mama, quimio, radioterapia e hormonioterapia

SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images
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Mais frequente em homens, o câncer de próstata apresenta os seguintes sintomas: sangue na urina, dificuldade em urinar, necessidade de urinar várias vezes ao dia e a demora em começar e terminar de urinar. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos da doença

Getty Images
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Embora possa estar relacionado com hipertireoidismo, tabagismo, alterações dos hormônios sexuais e diabetes, por exemplo, o câncer de tireoide ainda não é bem compreendido por especialistas. Apesar disso, tratamentos contra a doença envolvem terapia hormonal, radioterapia, iodo radioativo e quimioterapia, dependendo do caso

getty images
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O câncer de pulmão é um dos tipos com maior incidência no Brasil. Relacionado ao uso ou exposição prolongada ao tabagismo, tem como principais sintomas a falta de ar, dores no peito, pneumonia recorrente, bronquite, escarro com sangue e tosse frequente. A doença é tratada com quimioterapia, radioterapia ou/e cirurgia

BSIP / getty images
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No Brasil, o carcinoma epidermoide escamoso tem a maior incidência entre os canceres de estômago. Os tratamentos envolvem cirurgia ou radioterapia e quimioterapia

iStock
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O câncer de estômago é diagnosticado após a identificação de tumores malignos espalhados pelo órgão e que podem aparecer como úlceras. Relacionado à infecções causadas por Helicobacter Pylori, pela presença de úlceras e de gastrite crônica não cuidada, por exemplo, a doença pode causar vômito com sangue ou sangue nas fezes, dor na barriga frequente e azia constante

Smith Collection/Gado/ Getty Images
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O câncer de colo de útero tem como sintomas sangramento vaginal intermitente, dor abdominal relacionada a queixas intestinais ou urinárias e secreção vaginal anormal. O tratamento envolve quimio, radioterapia e cirurgia

Science Photo Library/GettyImages
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O câncer de boca é uma doença que envolve a presença de tumores malignos nos lábios, gengiva, céu da boca, língua, bochechas e ossos. É mais comum em homens com mais de 40 anos e tem como sintomas feridas na cavidade oral, manchas na língua e nódulos no pescoço, por exemplo. O tratamento envolve cirurgia, quimio e radioterapia

Pexels

2. Câncer de bexiga só acomete homens?

Mito. “Ainda que os homens continuem entre os pacientes mais prevalentes, a incidência da doença em mulheres vem aumentando nos últimos anos. Isso se dá muito provavelmente por conta de mudanças no estilo de vida, como adoção do tabagismo e ganho de peso”, enfatiza o oncologista.

3. Tabagismo é a principal causa?

Verdade. Apesar de ser relacionado com mais frequência ao câncer de pulmão, o tabagismo também é o principal fator de risco para o câncer de bexiga, e é responsável por pelo menos 70% dos casos. Os fumantes têm até quatro vezes mais chances de apresentar a doença em comparação a quem não fuma.

“Sabemos que o cigarro pode liberar um número muito grande de compostos cancerígenos no organismo e eles podem atacar as células do revestimento da bexiga, originando os tumores. Mesmo quem apenas inala a fumaça, ou seja, é fumante passivo, corre risco de desenvolver a doença”, afirma Lages.

Outra causa importante para o desenvolvimento do câncer de bexiga é a exposição a agentes químicos, como ocorre com as pessoas que trabalham nas indústrias têxtil e siderúrgica, por exemplo.

4. Todos cânceres de bexiga são iguais?

Mito. Além do estilo de vida, o câncer de bexiga pode ser causado por mutações genéticas. O oncologista Lages explica que a recomendação médica é fazer um teste para identificar onde está a alteração e chegar a um tratamento mais apropriado para cada caso.

5. Câncer de bexiga tem cura?

Verdade. Como a maioria dos cânceres, o de bexiga tem cura, principalmente se for detectado no início. O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura, por isso deve-se procurar ajuda especializada desde os primeiros sintomas.

“A partir do relato do paciente, o médico investiga a presença da doença por meio de exames e, dependendo da agressividade, é possível fazer a remoção do tumor via cirurgia, aumentando muito as chances de cura”, conclui.

Tratamento

As opções de tratamento dependem da extensão e do grau de evolução da doença. Existem três tipos de cirurgia que podem ser realizadas:

  • Ressecção transuretral (quando o médico remove o tumor por via uretral);
  • Cistotectomia parcial (retirada de uma parte da bexiga);
  • Cistotectomia radical (remoção completa da bexiga, com a construção de um novo órgão para armazenamento da urina).

Além da cirurgia, a radioterapia pode ser adotada nos tumores mais agressivos como tentativa de preservação da bexiga, e também pode ser necessária a aplicação de quimioterapia. Há também a possibilidade do uso de imunoterápicos, como a vacina de BCG aplicada diretamente na bexiga, ou terapia-alvo, que é consumida por via oral e sem a necessidade de se deslocar ao centro de tratamento.

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