São Paulo — A Voepass Linhas Aéreas alegou estar apta realizar voos “seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança” e disse ter iniciado as tratativas internas para demonstrar sua capacidade de garantir as exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A agência suspendeu, em caráter cautelar, a partir desta terça-feira (11/3) todos os voos da empresa “até que seja evidenciada a retomada de sua capacidade de garantir o nível de segurança previsto nos regulamentos vigentes”. Segundo a Anac, a Voepass violou condicionantes estabelecidas após o acidente aéreo do dia 9 de agosto de 2024 em Vinhedo, no interior de São Paulo (leia mais abaixo).
Em nota ao Metrópoles, no entanto, a Voepass diz que sua frota em operação é aeronavegável e apta.
“Essa decisão tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias e contam com seu serviço, por isso, colocará todos seus esforços para retomar a operação o mais breve possível”, diz o texto.
Todos os passageiros que forem impactados neste momento serão atendidos nos termos do previsto pela Anac, na Resolução 400 – que dispõe sobre as Condições Gerais de Transporte aplicáveis aos atrasos e cancelamentos de voos, informa a empresa aérea.
A Voepass tem 20 voos previstos que saem de aeroportos em São Paulo que foram ou serão cancelados nesta terça-feira após a suspensão.
Segundo o Metrópoles apurou, são dez voos previstos com partida do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, quatro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, três de Aeroporto Regional de Presidente Prudente e três do Aeroporto Estadual Dr. Leite Lopes, em Ribeirão Preto.
Exigências da Anac
Depois do acidente aéreo de Vinhedo (galeria de fotos), houve a implantação de uma operação assistida de fiscalização da Anac nas instalações da empresa aérea. Servidores da agência estiveram presentes nas bases de operação e manutenção da empresa para verificar as condições necessárias para a garantia do nível adequado de segurança das operações.
Em outubro de 2024, foram exigidas pela Anac medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves com vistas à manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para as correções das irregularidades.
No fim de fevereiro de 2025, após nova rodada de auditorias, foi identificada “a degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”.
Além disso, segundo a Anac, foi constatada a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas pela agência nas ações de vigilância e fiscalização anteriores e a falta de efetividade do plano de ações corretivas. “Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea”, diz a agência.