São Paulo — A Prefeitura de São Paulo gastou R$ 95,9 mil reais para construir o muro de alvenaria de 40 metros na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. A barreira é apontada como estratégia de isolamento dos frequentadores da região e é alvo de ação movida no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
- A obra foi executada durante um mês, entre 2 de maio e 5 de junho de 2024, por empreiteira terceirizada;
- O muro foi construído em terreno de formato triangular, na Rua General Couto Magalhães (foto em destaque). Ele fica de frente para a Rua dos Protestantes, onde antes ficavam tapumes de metal, e tem um dos acessos delimitado por grades;
- área já é fechada por grades
- Muro forma cerco triangular na região da cracolândia
- De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o muro deu lugar aos tapumes porque estes eram destruídos com frequência. Pontuou, ainda, que o objetivo da construção foi “proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade”.
- A Defensoria Pública e a ONG Craco Resiste, que atua no local, questionam a versão da gestão municipal e dizem que o muro promove o “confinamento” dos frequentadores da cidade.
- A Defensoria Pública emitiu relatório dizendo que as barreiras físicas no local manifestam “a desproporcionalidade da medida comparada a outras que possam ser adotadas pela Municipalidade”. Já a ONG Craco Resiste ressalta que o investimento para a construção do muro é um “desperdiço de recursos públicos com ações violentas e ineficientes”.
- Na quinta-feira (16/1), o ministro do STF Alexandre de Moraes deu prazo de 24 horas para que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) forneça informações sobre a construção do muro.
