São Paulo — A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) anunciou nessa quinta-feira (20/3) um novo processo seletivo voltado aos estudantes estrangeiros em situação de refúgio ou de risco em seu país de origem, além de migrantes que são beneficiados pelas políticas humanitárias do governo brasileiro. As inscrições são gratuitas e iniciam no dia 10 de abril. A prova acontece no dia 18 de maio, à distância.
Nessa primeira edição, a Unicamp oferece 45 vagas em 26 cursos de graduação. Os estudantes devem escolher uma única opção de curso e indicar em qual dos idiomas farão a prova: inglês, espanhol ou português. Para se inscrever, é obrigatório já ter cursado ou estar cursando uma graduação.
O processo seletivo será realizado em duas fases: na primeira, serão aplicadas uma prova de leitura e interpretação de textos, uma prova de conhecimentos específicos e uma prova de redação; na segunda, será feita uma análise de compatibilidade curricular. A primeira ocorrerá no dia 18 de maio, às 13h (horário de Brasília), de forma remota.
O diretor da Comissão Permanente para Vestibulares (Comvest), que organiza o processo seletivo de ingresso, explicou que a prova terá diversas novidades. “Será a primeira vez que a Comvest aplicará uma prova on-line e que poderá ser realizada de diferentes países, com diversas peculiaridades. Uma delas é que os candidatos poderão escolher entre três idiomas para fazer o exame”.
As orientações para realização do exame e os protocolos do ambiente virtual já estão disponíveis no site da Comvest. Além das provas, os estudantes devem enviar sua documentação acadêmica para a etapa de análise curricular e a documentação comprobatória da situação de refúgio ou de risco, conforme especificada no edital.
A lista de convocados para matrícula será divulgada em julho no site da Comvest. Os estudantes poderão escolher se querem ingressar já no segundo semestre de 2025, como alunos especiais da disciplina de língua portuguesa para estrangeiros. O ingresso no curso escolhido será feito no primeiro semestre de 2026.
Refugiados no ensino superior
A Unicamp tem se destacado na promoção de políticas de acesso de pessoas refugiadas ao ensino superior. Em 2019, a instituição criou a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), uma iniciativa do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Por meio dessa cátedra, a universidade já contava com um processo de ingresso simplificado para refugiados, mas ainda sem possibilidade de realizar uma prova à distância. Atualmente, a Unicamp conta com 54 alunos provenientes de países como Síria, Irã, Cuba, Congo, Rússia, Afeganistão e Serra Leoa.
