São Paulo — O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), convocado por ele por meio de um vídeo compartilhado nas redes sociais, deve reunir uma série de apoiadores em um carro de som que deverá ficar na esquina da Avenida Paulista com a Rua Peixoto Gomide neste domingo (25/2).
Nem todos os aliados, contudo, farão discursos a favor de Bolsonaro. Entre eles está o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que confirmou presença no ato, mas não deve falar ao público. Apesar de os caciques de seu partido ressaltarem que seu governo não é “nem de esquerda, nem de direita”, Nunes quer o apoio do ex-presidente nas eleições deste ano.
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal em um inquérito que apura a criação de um plano para dar um golpe de estado no país no fim de 2022, diante da expectativa de que o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse derrotá-lo nas urnas.
O ex-presidente foi convocado a prestar depoimento na Polícia Federal nesta quinta-feira (22/2), às 14h30, em Brasília, na investigação sobre a “organização criminosa” que atuou na suposta tentativa de golpe.
Sua defesa havia informado que o ex-presidente optaria por não prestar depoimento, argumentando que ele não teria obtido acesso ao material apreendido contra ele, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes manteve a oitiva.
Discursos na Paulista
Na Paulista, a ordem dos discursos, até agora, é esta: primeiro vai falar a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, grande aposta política do PL. Depois, os senadores aliados do presidente — um deles deve ser o astronauta Marcos Pontes (PL). Em seguida, serão os deputados.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que vive uma relação de altos e baixos com o bolsonarismo, deverá ser o antepenúltimo a usar o microfone.
Na semana anterior ao Carnaval, Tarcísio viveu momentos de afagos públicos com Lula, em Santos, durante o anúncio de uma parceria para a construção de um túnel entre Santos e Guarujá.
O governador, entretanto, confirmou presença no ato pró-Bolsonaro assim que foi questionado sobre o assunto, na semana passada.
Por fim, o pastor Silas Malafaia deverá ser o último a discursar antes do ex-presidente. Segundo apoiadores, foi de Malafaia a ideia de convocar o ato na Paulista, após a operação feita pela Polícia Federal que apreendeu os passaportes de Bolsonaro e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de aliados.
