São Paulo – Com a retomada dos planos de se candidatar à Prefeitura de São Paulo em 2024, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) já sonda algumas possibilidades para vice em sua chapa e tem endurecido o tom da campanha em relação ao perfil mais moderado apresentado no início do ano.
O ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), embora evite a alcunha de radical, tem dito a aliados que quer fugir do “discurso vaselina” – como vem se referindo, em conversas reservadas, à postura política do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Salles considera Nunes “escorregadio” quando o assunto é a relação com o ex-presidente, de quem o prefeito busca o apoio na reeleição, e defende que uma candidatura mais enérgica seja apresentada aos eleitores de direita.
Na última semana, em aceno público à candidatura de Salles, Bolsonaro brincou com o endurecimento da postura do ex-ministro ao dizer que ele possui o temperamento “um pouquinho exaltado de vez em quando”.
O próprio ex-presidente teria ficado descontente com a inação de Nunes, que em setembro se esquivou de uma pergunta sobre sua proximidade com Bolsonaro, e passou a trabalhar internamente para que o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, libere Salles para deixar o partido e se candidatar por outra legenda sem perder o mandato de deputado, que vai até 2026.
Nomes sondados para vice
Embora ainda não tenha definido seu futuro partido, Salles mantém conversas com o Mais Brasil, partido que sairá da fusão do PTB com o Patriota, e o PRTB — todos ainda não fecharam apoio a nenhuma pré-candidatura para 2024.
Paralelamente, o deputado também tem buscado opções para vice em sua chapa. Na semana passada, ele se reuniu com a economista Marina Helena Santos, pré-candidata do Novo à Prefeitura, para uma sondagem.
Marina, além de representar um aceno ao eleitorado feminino, trabalhou com o ex-ministro Paulo Guedes à frente da Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia e possui um perfil liberal que interessa a Salles. No entanto, a princípio, não está nos planos do Novo concorrer a vice em nenhuma chapa.
Outra opção que agrada Salles é o nome de um correligionário de Nunes, o também deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP). Ex-policial civil, Palumbo agregaria a bandeira da segurança pública à campanha em um momento no qual o centro da capital paulista registra um roubo por hora.
Apesar de uma afinidade de pautas entre os dois deputados, aliados afirmam que Salles acha improvável que Palumbo consiga uma liberação de seu partido para trocar de legenda e se candidatar a vice por outra sigla.
