São Paulo – Projeto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que vem sendo prometido desde o fim do ano passado, a criação de uma tarifa zero nos ônibus municipais vem esbarrando nos elevados custos da proposta e, agora, a Prefeitura passou a pedir ajuda do setor privado para conseguir colocar a ideia em pé.
A Prefeitura publicou na sexta-feira (17/3) um chamamento público pedindo “projetos, levantamentos, investigações e estudos voltados à colaboração quanto à implantação do ‘Projeto Tarifa Zero’ no Sistema de Transporte Coletivo Público de Passageiros”.
A ideia é que tais estudos sejam enviados de forma gratuita à Prefeitura, que vai receber as colaborações até o dia 17 de abril.
O tema vem sendo debatido na Câmara Municipal, em uma subcomissão da Comissão da Finanças e Orçamento. Presidente deste grupo, o vereador Paulo Frange (PTB) já admite que há possibilidade de a medida não ser viável e apresenta, como alternativa, um plano para reduzir o valor da tarifa, hoje e R$ 4,40, mas manter a cobrança.
Nunes vem defendendo duas frentes de atuação para aumentar as receitas da Prefeitura e poder custear a tarifa. Uma seria criar uma legislação para que empresas que têm trabalhadores com vale-transporte passem a remunerar diretamente as empresas de ônibus no lugar de comprar os passes.
Outra, que envolve alteração em legislações federais, prevê a transferência para a cidade de parte dos impostos cobrados sobre os combustíveis.
Em São Paulo, a estimativa é que a tarifa zero custe no mínimo R$ 10 bilhões por ano, isso sem contar investimentos que teriam de ser feito para melhorar a rede de ônibus e descontando que, com a medida, o número de 7 milhões de passageiros por dia deve subir.
Nunes sofre forte pressão de um dos principais aliados, Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal, para viabilizar a tarifa zero. O vereador é ligado a empresas de ônibus da zona sul da cidade.
