São Paulo — Pai de quatro crianças, o gerente de logística Jean dos Santos Braga Soares, de 30 anos, morreu cinco dias após ser ferido, com dois tiros, dados pelo policial civil Aleksandro Felix Maximino, 48, que estava de folga (assista abaixo). O motivo para o homicídio foi um retrovisor quebrado, avaliado em R$ 240, conforme apurado pela reportagem.
Em depoimento à Corregedoria da Polícia Civil, a esposa do gerente, uma técnica de enfermagem de 32 anos, afirmou que estava em um posto de combustíveis, logo após buscar os filhos de carro. Ela havia combinado de se encontrar com o marido no local, na Vila Carolina, zona leste paulistana.
O Nissan Tiida preto já estava estacionado quando a caminhonete Toyota Hilux, guiada pelo policial civil, colidiu contra o retrovisor do veículo estacionado pela técnica. Aleksandro parou a Hilux alguns metros adiante. A mulher foi conversar com ele.
“Ao abordar o motorista para tratar da responsabilidade pelo ocorrido, este demonstrou comportamento arrogante, negando qualquer colisão e afirmando que não arcaria com qualquer reparo”, afirmou a técnica de enfermagem.
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O policial, ainda segundo o depoimento obtido pelo Metrópoles, teria orientado a mulher a registrar um boletim de ocorrência.
Briga e tiros
Por causa do comportamento do Aleksandro, a conversa evoluiu para uma discussão sobre a responsabilidade pelo acidente. “O policial, de forma truculenta, agarrou-me pelo braço, causando uma lesão”, disse ainda a técnica.
Ao testemunhar a violência, Jean dos Santos foi defender a esposa e começou a discutir com o policial civil, que empurrou o gerente de logística. Ambos iniciaram uma briga, que arrefeceu, momentaneamente, mas foi retomada. Durante a violência, o policial sacou uma pistola calibre 9 milímetros, pertencente à Polícia Civil paulista.
Ao avistar a arma, o gerente correu para dentro da loja de conveniência do posto, momento em que foi alvo de um disparo, que atingiu uma parede. Aleksandro também correu para dentro da loja, momento em que atirou duas vezes contra Jean dos Santos.
A esposa da vítima não presenciou o momento dos tiros, porque priorizou tentar acalmar os filhos, que “estavam assustados”. Quando o policial saiu do local, ela foi até a loja, onde se deparou com o marido caído no chão e sangrando.
Ele foi encaminhado para o Hospital Tide Setúbal, onde constatou-se que ele foi baleado em uma das pernas e na região abdominal. Um dos projéteis atingiu seu fígado. Jean permaneceu internado na Unidade de Tratamento Intensivo até essa quarta-feira (19/2), quando não resistiu e morreu.
A defesa do policial, que segue preso, não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.