São Paulo — O investigador da Polícia Civil acusado de ameaçar a jornalista Natuza Nery dentro de um supermercado, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na noite da última segunda (30/12), foi afastado das funções operacionais nesta quinta-feira (2/1). A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo secretário executivo daSecretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Oswaldo Nico Gonçalves.
O delegado revelou que entrou em contato com a jornalista e pediu desculpas pelo ocorrido em nome da instituição. Ele disse ainda que o investigador Arcenio Scribone Junior já foi recolhido para a Delegacia Seccional de Osasco, na Grande São Paulo, onde trabalhava lotado na Delegacia de Investigações sobre Infrações contra o Meio Ambiente.
De acordo com a SSP, após ser ameaçada, Natuza acionou a Polícia Militar (PM) por meio do 190. Ela e o policial civil foram conduzidos até o 14º Distrito Policial (DP), em Pinheiros, onde a ocorrência foi registrada.
Ainda segundo a pasta, a Corregedoria da Polícia Civil assumiu as investigações assim que foi informada do caso, “realizando diligências no estabelecimento em busca de imagens do ocorrido e eventuais testemunhas”.
“Gravíssimo”
O advogado Augusto de Arruda Botelho, que representa a jornalista, classificou o episódio como “algo gravíssimo, que ultrapassa e muito a liberdade de expressão”. Segundo o criminalista, a ameaça é algo que afeta não apenas a pessoa Natuza Nery, merece ser repudiada e investigada.
“[Ocorre] uma escalada da violência [no Brasil] praticada contra jornalistas há algum tempo, e que não pode ser confundida com liberdade de expressão”, complementou o criminalista.
A denúncia de ameaça — artigo 147 do Código Penal — contra a jornalista está sendo investigada pela Corregedoria da Polícia civil.
