São Paulo — Um membro do Grupo Bitong, ramificação da máfia chinesa que comete extorsões e homicídios contra comerciantes asiáticos na região central de São Paulo, foi preso pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) na tarde dessa terça-feira (28/1) após ser identificado pelas câmeras do programa SmartSampa.
Lin Xianbin, de 52 anos anos, é natural da Província de Fujian, assim como todos os membros e vítimas do Grupo Bitong.
Ele foi condenado a 18 anos por extorsão mediante sequestro e associação criminosa e estava foragido desde 2023, quando deixou a Penitenciária Cabo PM Marcelo Pires da Silva, em Itaí, no interior paulista, para a saída temporária de Natal.
Lin estava andando por uma rua do centro de São Paulo, quando foi abordado pelos GCMs. As câmeras do Smart Sampa flagraram o momento. Veja:
Após ser capturado pela GCM nessa terça, Lin Xianbin foi conduzido ao 8º Distrito Policial, na região do Brás, onde permanece à disposição das autoridades.
Grupo Bitong
- O Grupo Bitong atua com a prática de extorsão de comerciantes chineses, todos naturais de Fujian, no sudeste chinês;
- Dos comerciantes, são cobradas “taxas de proteção” para que eles continuem atuando em seus negócios. Quem se recusar a pagar, é morto;
- Foi o que aconteceu com ao menos duas vítimas investigadas pela polícia: Zhenhui Lin, morto em janeiro de 2015 em uma via pública da Sé, e Chengfeng Lin, morto na saída de um karaokê em dezembro de 2016;
- Os assassinatos foram cometidos a mando de Liu Bitong, considerado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) como líder do grupo;
- Liu Bitong estava foragido desde 2017 quando uma ação da operação da Polícia Civil, em parceria com autoridades chinesas, prendeu mais de 20 pessoas ligadas ao esquema criminoso;
- O líder foi preso pela Polícia Federal (PF) em 16 de dezembro em Pacaraima, cidade de Roraima que faz fronteira com a Venezuela. Informações da PF apontam que ele teria passado ao menos três anos escondido no país vizinho;
- Bitong atualmente está preso na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, capital de Roraima;
- Para o poder público, o grupo foi desmantelado. No entanto, ainda há membros foragidos, como estava Lin Xianbin, e também criminosos que respondem em liberdade;
- Uma audiência para julgar a autoria do assassinato de Chengfeng Lin está marcada para maio deste ano;
- Matadores que já enfrentam penas que somam mais de 140 anos de prisão, como Bo Lin, considerado o mais violento do grupo, podem enfrentar novas condenações;
- O Metrópoles mostrou anteriormente que o Consulado Chinês em São Paulo incentivou as vítimas do grupo a denunciarem os crimes à polícia, o que permitiu o andamento das investigações.