GCM acusado de integrar milícia recebeu R$ 3 milhões em 6 meses

Antônio Carlos Amorim foi preso nessa terça (6/8) em operação do Ministério Público de São Paulo contra ecossistema do PCC no centro de SP

atualizado 07/08/2024 13:32

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Imagem mostra homem fardado em frente a rua suja - Metrópoles William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — As investigações do Ministério Público de São Paulo sobre a existência de uma “milícia” no centro da capital apontam que os guardas civis envolvidos no esquema movimentaram grandes quantias em dinheiro e tentaram esconder as operações por meio de lavagem de dinheiro. De acordo com os promotores, três GCMs e um ex-integrante da guarda extorquiam lojistas em troca de proteção contra criminosos e usuários de drogas.

Na Operação Salut et Dignitas, deflagrada nessa terça-feira (6/8), os GCMs foram alvos de mandados de prisão. Antônio Carlos Amorim Oliveira e Renata Oliva de Freitas foram detidos; Elisson de Assis e Rubens Alexandre Bezerra seguem foragidos.

Entre junho e dezembro de 2021, Antônio Carlos Amorim Oliveira recebeu R$ 3.269.782 de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Dessa quantia, R$ 702.870 foram creditados por meio de 181 depósitos em espécie.

Eles ocorreram de forma fragmentada, por meio de empresas de estados distantes de São Paulo, o que, para os promotores, indica “clara atividade de lavagem de capitais”, tendo em vista que “esse dinheiro movimentado é muito maior do que a sua capacidade financeira”.

Para os promotores, as movimentações financeiras são “muito expressivas” e estão “muito acima” da capacidade financeira enquanto guarda civil, que atuava na região da 25 de Março.

O Ministério Público também destaca que Antônio Carlos enviava e recebia transferências bancárias de outros GCMs. Entre julho de 2020 e julho de 2021, pelo menos oito guardas civis receberam dinheiro de Antônio Carlos, enquanto 11 enviaram dinheiro para o investigado.

Milícia

Durante as investigações, os promotores tiveram acesso a planilha nomeada como “lista de colaboradores de boa fé que pagaram a segurança”, que mostra quais comerciantes eram extorquidos pele milícia.

O serviço de “segurança” oferecido aos comerciantes era prestado pela empresa Stive Monitoramento, no nome de Mayara Ximenes do Nascimento, esposa de Elisson de Assis, que integra o IOPE, uma espécie de elite da guarda civil metropolitana. Elisson, de acordo com o MPSP, seria o responsável pelo serviço.

Os promotores apontam que o guarda civil e a esposa também realizaram movimentações financeiras atípicas, de acordo com relatório do Coaf. Elisson recebeu dezoito transações via Pix, provenientes de Odelma Aparecida Costa dos Santos, totalizando a quantia de R$ 22.194,50

Em 21 de julho de 2023, por exemplo, o pai de Mayara recebeu uma transferência de R$ 603.303.

“Desconheço milícia”

Em entrevista coletiva realizada na tarde dessa terça-feira (6/8), após a operação do MPSP, o promotor Lincoln Gakiya, que comanda o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) reafirmou as suspeitas sobre a existência milícias no centro de São Paulo.

Apesar disso, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse desconhecer a atuação de milícias na região.

“A prefeitura desconhece milícia atuando na cidade de São Paulo. O que a prefeitura tem é um regime muito rígido com relação a sua Guarda Civil Metropolitana, até pela consideração e reconhecimento. Temos 7.500 homens e mulheres. Em respeito a eles, temos um sistema muito rígido em relação à separação de um ou outro indivíduo que cometa algum ato fora dos padrões e ilícitos”, afirmou Nunes.

O prefeito de São Paulo citou o caso de Elisson de Assis, que foi alvo de suspeitas de extorsão em julho do ano passado. Na época, a prefeitura solicitou que o MPSP pedisse a prisão dele.

Em reservado, promotores do Gaeco afirmam que o pedido feito pela prefeitura trouxe publicidade ao caso e atrapalhou as investigações.

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