Crise na Polícia Civil pode resultar em “dança das cadeiras” em 2025

Nos bastidores, dois nomes já são cotados para assumir diretorias do Deic e da Corregedoria em SP após prisões e afastamentos de policiais

atualizado 24/12/2024 17:56

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Deic/Divulgação

São Paulo – A atual crise na Polícia Civil de São Paulo, resultante da prisão e afastamento de membros da instituição, suspeitos de manter relações criminosas com o Primeiro Comando da Capital (PCC) — incluindo delegados — provocou movimentação nos bastidores, que pode levar a uma “danças das cadeiras” em 2025.

O Metrópoles conversou em sigilo com pessoas ligadas à cúpula da instituição e ao governo. As fontes afirmaram que, ao menos, dois nomes estão cotados para assumir a coordenação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e a Corregedoria — órgão responsável pela fiscalização e punição de membros da Polícia Civil.

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Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo
Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez e Eduardo Monteiro
Deic apreende mais de 800 celulares roubados
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Fabio Caipira

Renan Porto/Metrópoles
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Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo

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Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez e Eduardo Monteiro

Reprodução/Redes Sociais
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Deic apreende mais de 800 celulares roubados

Divulgação/Deic

O delegado classe especial sobre o qual mais se comenta para assumir o Deic é Ronaldo Sayeg, atual diretor do Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc). Já para coordenação da Corregedoria, o nome mais ventilado nos bastidores é o de Mitiaki Yamamoto, diretor do Departamento de Capturas (Dope).

Ambos são respeitados pela postura profissional. A indicação para que eventualmente assumam os novos departamentos é uma tentativa de tentar limpar a imagem manchada pelas recentes prisões e afastamentos de membros da instituição.

Deic

O atual diretor do Deic, Fabio Pinheiro Lopes, conhecido como Fabio Caipira, será afastado do cargo em 3 de janeiro, assim que retornar de suas férias.

Ele foi mencionado na delação do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). No depoimento, o delator disse que o advogado Ramsés Benjamin, o qual garantiu ser próximo ao diretor do Deic, teria cobrado R$ 5 milhões para retirar o nome do corretor da investigação sobre a morte de Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta, e do motorista dele, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ambos do PCC.

Gritzbach sempre negou envolvimento com o duplo assassinato. Ele foi executado, com tiros de fuzil, no último dia 8 de novembro, logo após desembarcar de um voo, vindo de Alagoas, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana.

Fabio Caipira afirmou que o governador Tarcísio de Freitas “por cautela” endossou o afastamento do diretor do Deic e da corregedora-geral da Polícia Civil.

“Só que eu tenho uma história, eu tenho família. O cara vai me jogar num negócio desse? Eu não culpo o governador. Mas, infelizmente, um absurdo acabou virando notícia. […] Estou puto, me sentindo injustiçado”.

Corregedoria

Alegando desgaste, a corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez, pediu para ser afastada do cargo três dias após seu sobrinho, Eduardo Monteiro, chefe de investigações da instituição, ser preso por suspeita de corrupção e extorsões contra um suspeito. Ele também é investigado por ligação com o PCC.

Na representação em que pediu a prisão dos policiais investigados, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, afirmaram que Eduardo Monteiro não temia “qualquer investigação” por parte da Corregedoria da Polícia Civil, “uma vez que sua tia seria corregedora, dando a entender que ele tem plenas condições de influenciar eventuais investigações de infrações funcionais”.

A agora ex-corregedora não foi localizada para comentar o afastamento. O espaço segue aberto.

Operação policial

A Operação Tacitus, deflagrada no último dia 18/12, cumpriu oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. O objetivo foi desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro e a crimes contra a administração pública (corrupção ativa e passiva).

Os mandados foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.

Segundo o MPSP, provas obtidas em diversas diligências revelaram como os investigados se estruturaram para exigir propina e lavar dinheiro para suprir os interesses do PCC.

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Atual esposa de policial é viúva de chefe do PCC
Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC
Fábio Baena e Rogerinho foram alvo de mandados de prisão nesta terça (17)
Delegado Fabio Baena foi preso pela PF no dia 17
Rogerinho e Da Cunha
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Rogerinho casou-se com viúva de gerente do PCC que fazia elo da rua com a cúpula na cadeia

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Atual esposa de policial é viúva de chefe do PCC

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Fabio Baena foi preso pela PF acusado de ligação com o PCC

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Fábio Baena e Rogerinho foram alvo de mandados de prisão nesta terça (17)

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Delegado Fabio Baena foi preso pela PF no dia 17

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Rogerinho e Da Cunha

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Rogerinho e a esposa gostavam de ostentar na internet

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Rogerinho Punisher e Delegado da Cunha

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Rogerinho se diz segurança do cantor Gusttavo Lima

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Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.

Entre os presos estão o ex-delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Fábio Baena, seu então chefe de investigações, Eduardo Monteiro, o chefe de investigações do Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Cerco), da 5ª Delegacia Seccional da capital paulista, Marcelo Marques de Souza e o investigador o investigador Marcelo Roberto Ruggieri.

O agente de telecomunicações da Polícia Civil Rogério de Almeira Felício, o Rogerinho, também foi alvo de um dos mandados de prisão. Ele ficou foragido da Justiça por quase uma semana e se entregou, nessa segunda-feira (23/12), após sua defesa negociar a rendição dele com a Delegacia Geral.

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