São Paulo – Guarujá, no litoral sul paulista, protagonizou na última quinta-feira (4/5) o segundo caso de linchamento que resultou na morte de uma pessoa por causa de fake news.
O comerciante Osil Vicente Guedes, de 49 anos, morreu na madrugada desse domingo (7/5), em decorrência de graves ferimentos na cabeça, provocados por golpes de capacete e pedaços de madeira, dados por ao menos quatro homens. Familiares de Osil afirmam não conseguir dormir desde que souberam do caso.
A violência foi registrada em vídeo e teria sido motivada após uma pessoa gritar falsamente “Pega ladrão”, quando o comerciante trafegava com a moto, emprestada por um amigo (veja acima).
Também no mês de maio, mas há nove anos atrás, a dona de casa Fabiane Maria de Jessus, de 33 anos, morreu em decorrência de um traumatismo craniano, provocado pelo espancamento em massa, feito por dezenas de pessoas.

O motivo para o crime foi a divulgação de um retrato falado de uma suspeita de realizar rituais satânicos com crianças.
Fabiane foi confundida com uma suposta criminosa, jamais identificada ou presa, e foi agredida. Ela morreu dois dias depois.
Na ocasião, o delegado do 1º DP do Guarujá, Luiz Ricardo Lara, afirmou que não havia sido registrado nenhum sequestro de criança pela polícia – reforçando que a dona de casa foi morta por causa de um boato, disseminado por redes sociais.
Cinco homens foram condenados pela morte de Fabiane a 40 anos de prisão, entre outubro de 2016 e janeiro de 2017.
No caso do assassinato do comerciante, ocorrido na semana passada, o 2º DP de Guarujá analisa as imagens feitas por uma testemunha para identificar e responsabilizar os responsáveis pelo crime.