São Paulo — Teve drones, helicóptero da Polícia Civil, cavalaria, cúpula da segurança pública, governador e prefeito, além de 2 mil policiais militares (PMs), incluindo integrantes de batalhões especiais. Ainda assim, a Avenida Paulista registrou 76 furtos e roubos de celular ao longo do dia 25 de fevereiro, quando foi palco do ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o ato reuniu cerca de 600 mil pessoas na Paulista — com as ruas adjacentes, o público chegou a 750 mil, na versão oficial. A SSP afirmou na ocasião que câmeras fixas e móveis também foram utilizadas para o monitoramento do evento, que ganhou também status de propaganda da segurança pública de São Paulo diante dos manifestantes vestidos de verde e amarelo.
A própria Polícia Civil postou no Instagram imagens aéreas do ato bolsonarista. “Polícia Civil, sempre presente nos grandes eventos e manifestações, cumprindo seu principal papel: sua segurança!”, afirmou, em texto que acompanhou vídeos e fotos. A corporação chegou a reagir com flores aos comentários feitos por apoiadores de Bolsonaro, como mostrou o Metrópoles.
A publicação da Polícia Civil trouxe trecho com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, em frente ao helicóptero que aparentemente foi usado para realizar as filmagens — o delegado-geral Artur Dian estava a seu lado.
Questionada nesta terça-feira (16/4), a SSP diz que o número de registros citado pela reportagem representa 0,01% do público total estimado naquele dia na região e que o combate aos roubos e furtos de celulares tem apresentado resultados positivos.
“No primeiro bimestre deste ano, houve recuo de 17,9% dos casos no estado, passando de 51.168 ocorrências no mesmo período de 2023, para 41.998 casos neste ano. Na capital, foram 25.280 registros, queda de 20,5% diante das 31.799 ocorrências registradas no primeiro bimestre de 2023”, diz a SSP.
