São Paulo — A luta de José Almeida para crescer e firmar um restaurante num bairro simples da capital paulista, a Vila Medeiros, na zona norte de São Paulo, é contada pelo filho, Rodrigo Oliveira, no livro Mocotó — o Pai, o Filho e o Restaurante, lançado em 2017. “Seu Zé”, que fundou o Mocotó em 1973, morreu nesse domingo (2/3).
O restaurante, que cresceu em torno — e com o apoio — da comunidade local, tornou-se um dos mais reconhecidos do Brasil. Rodrigo assumiu os negócios em 2001. Ele manteve a essência e o cardápio sertanejos e criou novidades como o dadinho de tapioca, mais tarde popularizado em botecos de todo o país.
Além do sucesso do dadinho, a família pernambucana conseguiu levar o Mocotó para o 63º lugar na lista dos melhores restaurantes da América Latina pela revista britânica Restaurant (2023). O restaurante também recebeu o selo de Bib Gourmand pelo Guia Michelin (2024) e o prêmio de melhor restaurante do mundo na categoria “no reservation required” pelo World Restaurant Awards (2019).
E, da Vila Medeiros, o negócio expandiu-se para o Mercado de Pinheiro e para a Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista, além do Balaio IMS, dentro do Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista.
A notícia da morte do fundador foi divulgada pelo perfil do estabelecimento em uma rede social. O comunicado diz que José “trouxe à cidade suas raízes e diminuiu a distância entre o sertão e a quebrada” ao abrir o restaurante. “Ele foi uma tipo mistura de Lampião e Marco Pierre White. Não haverá outro igual”, comentou Rodrigo na publicação.
Ainda de acordo com a publicação, a despedida acontece nesta segunda-feira (3/3), das 7h às 12h, no velório Salete, em Santana, zona norte.
O filho Rodrigo Oliveira também prestou homenagens em uma rede social. Em um post, ele definiu o pai como um herói e o “maior exemplo da força e da resistência sertaneja” que já conheceu.
Além de Rodrigo, Seu José deixa a filha Patrícia.
