Alunos da PUC-SP chamam estudantes da USP de cotistas e pobres em jogo

Alunos da PUC-SP gritaram "cotistas" e "pobres" para estudantes da USP durante partida de handebol dos Jogos Jurídicos Estaduais no interior

atualizado 18/11/2024 10:17

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Oladimeji Odunsi/ Unslash

São Paulo — Alunos da Faculdade de Direito da PUC-SP gritaram “cotistas” e “pobres” para ofender estudantes da Faculdade de Direito da USP durante partida de handebol dos Jogos Jurídicos Estaduais, nesse sábado (16/11), em Americana, no interior de São Paulo. Representantes das duas universidades repudiaram os gritos, considerados racistas e aporofóbicos (preconceito contra pobres).

Os gritos estão registrados em vídeos postados na internet e geraram reação imediata por parte do Centro Acadêmico XI de Agosto, representante dos alunos da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco. A entidade disse, em nota, que foi “surpreendida com espanto, indignação e revolta com o episódio criminoso de ofensas racistas e aporofóbicas proferidas por alunos da Faculdade de Direito da PUC-SP contra franciscanos”.

Veja:

“As injúrias racistas e aporofóbicas contra alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo são uma violência contra toda a comunidade franciscana. É nas academias de direito que se formam os profissionais que deveriam operar contra as injustiças, injúrias e preconceitos de classe e raciais, mas não é essa a realidade”, afirmou o XI de Agosto, em nota.

O centro acadêmico afirmou também que esses atos explicitam a violência que estudantes cotistas enfrentam “ao ocupar espaços que historicamente lhes foram negados”. “Essa violência não é apenas uma afronta individual, mas um reflexo de uma estrutura que ainda reproduz desigualdades e tenta excluir aqueles que representam a diversidade e a pluralidade”, disse.

A entidade também exigiu providências da organização dos Jogos Jurídicos Estaduais “para que esses crimes não fiquem impunes dentro das quadras, aplicando as devidas penalidades”. “Exigimos também um posicionamento firme e exemplar por parte das entidades estudantis da PUC-SP e da direção da Faculdade de Direito para que comportamentos violentos como este não se repitam”, afirmou.

Representante de alunos da PUC, o Centro Acadêmico 22 de Agosto também manifestou “repulsa às falas racistas e classistas de estudantes do curso de Direito”. “A PUC SP é uma instituição com histórico de luta pela igualdade social e racial no Brasil. Não há lugar no curso de Direito da PUC SP para indivíduos racistas e classistas. Tal episódio criminoso deve ser apurado com absoluto rigor, garantido o devido processo legal”, disse, em nota.

O 22 de Agosto também afirmou que pedirá à universidade a expulsão “daqueles que comprovadamente se envolveram neste lamentável episódio”. “O Centro Acadêmico conclama as demais entidades a também se somarem nessa luta por apuração e repulsa ao racismo e a toda e qualquer forma de violência e descriminação”, disse.

Organização

A organização do evento também manifestou repúdio. “Tais atitudes são inaceitáveis e vão contra os princípios de respeito, igualdade e dignidade que defendemos e promovemos”, disse em nota.

“Ressaltamos que o racismo, em qualquer forma, é um crime e uma violação dos direitos humanos, além de ser uma afronta à convivência harmônica em sociedade. Eventos como este devem ser espaços de celebração, inclusão e diversidade, nunca de discriminação ou violência”, afirmou.

Segundo os organizadores, todas as associações atléticas decidiram que os jogos da PUC-SP “a serem realizados nas rodadas restantes da edição de 2024 ocorrerão sem a participação da respectiva torcida”. “Ainda, chegou ao nosso entendimento que as devidas ações já foram feitas contra os agressores visando assegurar que os atos racistas registrados sejam investigados e responsabilizados conforme a lei”, disseram, em nota.

Os organizadores também afirmaram que estão implementando medidas como a “criação de comissão social dedicada a desenvolvimento de projetos que visem a conscientização sobre o combate ao racismo e promoção da diversidade”. “Assim como um estatuto social com punições severas visando coibir atos discriminatórios e garantindo a segurança de todos e todas que fazem parte do nosso evento”, afirmaram.

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