“Petróleo é a grande ameaça para nova queda de juros”, diz economista

Na avaliação de André Braz, do FGV Ibre, tendência de alta da comodity é forte e gasolina tem grande peso no cálculo da inflação

atualizado 20/09/2023 19:54

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Gasolina sobe no DF Hugo Barreto/Metrópoles

Na avaliação do economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, foi adequado o corte de 0,5 ponto percentual da Selic, anunciado nesta quarta-feira (20/9) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).

Braz nota que a inflação está relativamente bem-comportada, e vem registrando desaceleração dos núcleos, indicador cuja medida desconsidera as variações mais voláteis de preços de produtos. “Há agentes econômicos que já entendem que a taxa de inflação pode ficar dentro do intervalo máximo da meta para este ano, ou seja, em até 4,75%”, diz.

O economista observa, porém, que o caminho para novos cortes da Selic não está 100% garantido. “Há riscos”, afirma. “E o principal deles é dado pelo petróleo. Ele é a grande ameaça.”. Braz nota que Petrobras promoveu um aumento no diesel e na gasolina, a partir de 16 de agosto. “Mas, agora, os preços já acumulam uma nova defasagem e ela é elevada”, diz. “Isso porque o preço da commodity não para de subir no mercado internacional.”

Essa elevação ocorre por causa do corte na oferta do produto promovido pela Arábia Saudita e pela Rússia. A Líbia, outra integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), também reduziu a produção depois de passar por problemas climáticos, marcados por fortes inundações.

Barril a US$ 100

Braz observa que o barril de petróleo está sendo cotado a cerca de US$ 94. A estimativa é que chegue a US$ 100 no ano que vem. “Mas isso pode acontecer antes e a gente sabe o peso da gasolina no cálculo da inflação”, afirma. “Ela compromete 5% do orçamento familiar. Para cada 1% do aumento da gasolina, o impacto no IPCA é de 0,05 ponto percentual. Com 5%, a elevação da taxa seria de 0,25 ponto percentual.”

Braz acrescenta que o diesel representa 0,3% do orçamento familiar, o que é pouco. “Mas seu impacto indireto no aumento dos preços é perverso”, afirma. “Ele encarece, por exemplo, a operação de máquinas agrícolas, o frete rodoviário, a geração de energia e os ônibus urbanos.”

Para o economista do FGV Ibre, contudo, os problemas com o petróleo podem ser contrabalançados no índice de inflação com a queda dos preços dos alimentos. “Ela tem sido regular”, diz. “Nem mesmo com o El Niño batendo na porta, as boas safras agrícolas serão frustradas.”

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