Nos próximos meses, o Brasil deve superar o Reino Unido e assumir a liderança global do open banking, o sistema financeiro aberto. É o que projeta o estudo Global Open Finance Index, desenvolvido pela Open Banking Excellence (OBE) em parceria com a Universidade de Oxford.
Pioneiro no open banking e primeiro colocado no ranking mundial do sistema financeiro aberto, o Reino Unido deve ser ultrapassado pelo Brasil ainda neste ano ou, no máximo, em 2024, segundo estimativas apresentadas no relatório.
O open banking é um conjunto de tecnologias que permite o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras por meio da integração de seus respectivos sistemas.
Entre os princípios fundamentais desse modelo, estão o consentimento do usuário – o que significa dizer que as empresas só podem compartilhar informações de um cliente se ele solicitar ou autorizar a transmissão dos dados.
No Brasil, o open banking foi lançado em fevereiro de 2021 pelo Banco Central (BC). Os clientes podem pedir aos bancos para compartilharem seus dados, se assim o desejarem, por meio dos aplicativos das próprias instituições financeiras.
O Reino Unido foi o primeiro a implementar um sistema de open banking, em 2018. Em 2022, foi a vez da Austrália lançar a primeira fase de seu programa. Países como Estados Unidos, Canadá, Rússia e Índia também já deram os primeiros passos na plataforma.
O projeto foi implementado em fases. Primeiro, foram incluídos apenas os serviços bancários e, mais tarde, começaram a ser incorporadas outras áreas, como investimentos, previdência, seguros e câmbio.
“Capitaneado pelo Banco Central, o mercado financeiro brasileiro se uniu com foco em construir as bases para serviços e produtos que têm o potencial de atacar enormes problemas, como a inclusão financeira”, diz o relatório, em tom elogioso ao Brasil.
Ainda de acordo com o estudo, em menos de dois anos desde sua implementação no país, o open banking brasileiro tem concretizado “avanços com grande velocidade”. Já são 5 milhões de contas conectadas em um intervalo de tempo cinco vezes menor do que conseguiu o Reino Unido.
O estudo foi realizado a partir de entrevistas com mais de 400 especialistas de 23 países e checagem de uma série de dados de instituições como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo a última edição do ranking global do open finance, referente a 2021, o Brasil aparece em segundo lugar, atrás apenas do Reino Unido. Completam o top 10 Estados Unidos, Austrália, Alemanha, França, Canadá, Índia, Itália e Suíça.
Vice-líder em governos digitais
Em novembro, como noticiado pelo Metrópoles, o Brasil foi reconhecido pelo Banco Mundial como o segundo país do mundo em um ranking que mede a “maturidade digital” – o GovTech Maturity Index 2022.
De acordo com o levantamento, o Brasil foi o país que registrou o maior avanço entre 2021 e 2022, subindo cinco posições na lista, do sétimo para o segundo lugar.
A liderança do ranking, que conta com 198 países, é da Coreia do Sul. Depois dos governos sul-coreano e brasileiro, aparecem Arábia Saudita, Emirados Árabes, Estônia, França, Índia, Lituânia, Mongólia e Rússia – completando o “top 10”.
