Analistas de mercado classificaram como “altamente esperada” a elevação de um ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, promovida nesta quarta-feira (19/3) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A questão, agora, é saber o que acontece com a Selic daqui para frente.
Na avaliação de Rafael Cardoso é o economista-chefe do Banco Daycoval, o Copom deixou as “portas abertas” para novos aumentos da taxa de juros, embora não tenha fixado valores para essas elevações. “Mas nós estimamos que vão ocorrer ainda duas altas de 0,50 ponto percentual cada”, diz. “Com isso, a Selic terminaria 2025 em 15,25% ao ano.”
Para Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, o comunicado do Copom (no qual o órgão apresenta um diagnóstico do cenário econômico no Brasil e no mundo) “manteve o tom mais duro e o viés altista na análise dos riscos para a inflação”.
Para a próxima reunião, a economista mantém a expectativa de uma alta de 0,50 ponto percentual, elevando a Selic para 14,75%. O banco, contudo, acredita que essa pode ser a taxa terminal para 2025.
“A continuidade da desaceleração da atividade econômica e o atual patamar de câmbio mais favorável devem contribuir para reverter, em parte, a elevação das expectativas de inflação”, diz. “A magnitude do aperto e o atual patamar de juro real já é bastante restritivo e suficiente para a convergência da inflação para a meta até 2026, que, na projeção do BC, está em 3,9%.”
