Ao comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022, que cresceu 2,9%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal não trabalha com o cenário de uma recessão técnica – que ocorre quando há dois trimestres consecutivos de queda da atividade econômica.
Apesar do crescimento do PIB no ano passado, o resultado do quarto trimestre foi um recuo de 0,2%.
“Não estamos trabalhando com perspectiva de recessão”, disse Haddad em conversa com jornalistas em frente ao Ministério da Fazenda.
Efeito dos juros
Haddad voltou a criticar a elevada taxa de juros no país, que hoje está em 13,75% ao ano (Selic). Para o ministro, a perda de fôlego do PIB brasileiro se deve aos juros altos e a medidas fiscais adotadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Neste momento, ela (a trajetória de crescimento) está descendente”, afirmou. “É evidente que houve uma reação do BC às atitudes do governo anterior do período eleitoral, o que ensejou o aumento da taxa de juros. Tudo o que nós estamos fazendo agora é reverter esse quadro para que, com uma eventual queda da taxa de juros, o Brasil possa retomar uma curva ascendente”, prosseguiu Haddad.
“As medidas que nós estamos tomando vêm justamente ao encontro do desejo do BC de reduzir as taxas de juros, para que a atividade econômica não sofra os efeitos da política monetária. É qquilo que venho dizendo desde dezembro: harmonizar as políticas fiscal e monetária para que a retomada da economia brasileira não seja prejudicada”, concluiu.
