O dólar operava novamente em alta na tarde desta quinta-feira (13/2), dia em que o mercado aguarda o anúncio de possíveis “tarifas recíprocas” por parte do governo dos Estados Unidos, além de acompanhar a divulgação de novos dados de inflação no país e também das vendas do comércio varejista no Brasil.
O que aconteceu
- Às 15h43, o dólar subia 0,24%, cotado a R$ 5,776 na venda.
- Mais cedo, às 14h44, a moeda norte-americana avançava 0,02% e era negociada a R$ 5,764.
- No dia anterior, o dólar recuou 0,08%, próximo da estabilidade, e terminou o dia vendido a R$ 5,762.
- A moeda dos EUA renovou o menor nível desde novembro do ano passado.
- Com o resultado, o dólar acumula perdas de 0,53% na semana, de 1,28% no mês e de 6,75% no ano.
Tarifas de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump, prossegue em sua assinatura de decretos contra outros países, que incluem até mesmo aliados. Nessa quarta-feira (12/2), ele disse que, “em breve”, vai impor tarifas recíprocas a todas as nações que cobram impostos sobre importações dos EUA.
Já nesta quinta-feira (13/2), na rede Truth Social, Trump reafirmou que assinará o decreto sobre tarifas recíprocas, direcionadas a todos os países que cobram impostos sobre importações dos EUA. “Hoje é o grande dia: tarifas recíprocas”, escreveu o presidente norte-americano.
A medida, caso implementada, aumenta os temores de uma guerra comercial global e ameaça acelerar a inflação dos EUA.
Desde que assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Trump iniciou uma guerra tarifária como estratégia para proteger os interesses dos EUA.
Até o momento, foram anunciadas taxações para as importações de produtos do México, do Canadá e da China. Os presidentes do México e do Canadá buscaram entendimentos com os EUA e, temporariamente, as tarifas foram suspensas.
A posição do governo brasileiro deve ser a de cautela e diálogo com os EUA para encontrar uma solução para a tarifa de 25% sobre aço e alumínio.
Inflação ao produtor nos EUA
As atenções dos investidores nesta quinta-feira seguem voltadas para os EUA, com a divulgação dos dados do Índice de Preços ao Produtor.
Na véspera, foram divulgados os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que ficou em 0,5% (na base mensal) e 3% (na comparação anual) em janeiro, acima da média das estimativas do mercado – que eram de 0,3% e 2,9%, respectivamente.
De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Trabalho, a inflação ao produtor nos EUA ficou em 0,4% (mensal) e 3,5% (anual), ligeiramente acima das projeções.
Os dados de inflação são acompanhados atentamente pelos investidores porque podem indicar os rumos que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) seguirá nos próximos meses.
A elevação da taxa básica de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para segurar a inflação. A meta de inflação anual nos EUA é de 2%.
Nesta semana, ao participar de uma audiência no Senado norte-americano, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmouque a autoridade monetária não tem pressa para baixar a taxa básica de juros no país.
No fim de janeiro, na primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, o colegiado anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
Vendas do comércio no Brasil
No cenário doméstico, os investidores repercutem a divulgação dos dados de vendas do comércio varejista em dezembro do ano passado, anunciados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã.
No último mês de 2024, as vendas do varejo recuaram 0,1% em relação a novembro, ligeiramente abaixo das estimativas do mercado.
Já na comparação anual, o comércio varejista teve alta de 2%, abaixo do esperado (3,5%).
No acumulado do ano passado, houve crescimento de 4,7%, segundo o IBGE.
Ibovespa
O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), inverteu o sinal na tarde desta quinta-feira e passou a operar em alta.
Às 15h37, o indicador avançava 0,1%, aos 124,5 mil pontos.
Na véspera, o Ibovespa fechou o pregão em forte queda de 1,69%, aos 124,1 mil pontos.
Com o resultado, o índice acumula baixa de 0,19% nesta semana, de 1,39% em fevereiro e de 3,41% em 2025.