Dólar e Bolsa sobem com PIB do Brasil, tarifaço e emprego nos EUA

No dia anterior, o dólar ficou praticamente estável, com leve alta de 0,02%, cotada a R$ 5,75. Mercado também repercute "payroll" nos EUA

atualizado 07/03/2025 13:40

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Imagem de uma nota de dólar com um cifrão sobre ela - Metrópoles Getty Images

O dólar operava em alta na última sessão da semana, na manhã desta sexta-feira (7/3).

Os principais destaques da agenda econômica observados pelo mercado são a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, o relatório “payroll” com dados de emprego nos Estados Unidos e os desdobramentos das tarifas comerciais impostas pelo governo norte-americano.


O que aconteceu


PIB do Brasil

No cenário doméstico, os investidores repercutem nesta sexta o desempenho da economia brasileira no ano passado.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil fechou 2024 com uma expansão de 3,4%, confirmando o forte desempenho esperado pelo governo.

No quarto trimestre do ano passado, o PIB do país avançou 0,2%. A projeção dos analistas era uma alta de 0,5%.

Preços dos alimentos

Ainda no ambiente interno, o mercado acompanha com atenção das medidas anunciadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar conter a alta nos preços dos alimentos.

Uma das propostas é zerar a alíquota de importação de diversos produtos, entre os quais azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, massas alimentícias (macarrão), café, carnes e açúcar.

As propostas também foram discutidas com o setor produtivo. Empresários se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social).

No entanto, o vice-presidente não soube informar o impacto fiscal que as medidas irão causar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um dos principais defensores da responsabilidade fiscal dentro do governo Lula, não participou do anúncio.

Além de Haddad, o próprio presidente não esteve presente, apesar da participação dele ter sido esperada, visto que são medidas para alcançar a popularidade do governo dele, que tem acumulado quedas.

Tarifas nos EUA

Nesta sexta, o mercado repercute ainda a reunião entre Alckmin e o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, por videoconferência, que aconteceu na quinta-feira (6/3).

O tema do encontro foi o “tarifaço” imposto pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos sobre produtos importados de uma série de países, entre os quais o Brasil.

O mercado de madeira brasileira pode ser um dos mais prejudicados, já que os EUA são o principal destino das exportações do setor, recebendo 42,4% do total. Trump já anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos florestais importados, o que pode dificultar a competitividade dos produtos nacionais.

Outro ponto de preocupação do governo brasileiro é o etanol. Atualmente, o país aplica uma tarifa de 18% sobre o produto norte-americano, enquanto os EUA cobram apenas 2,5% do etanol brasileiro. A política de “tarifas recíprocas” defendida por Trump pode levar a um aumento dessa taxação.

Além disso, aço e alumínio, que estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA, também podem ser afetados. Até o momento, o governo brasileiro não anunciou nenhuma medida em resposta à taxação, como o aumento das tarifas sobre produtos americanos.

Segundo Alckmin, a melhor estratégia diante do impasse é o diálogo. O vice-presidente defende a possibilidade de um acordo para a definição de cotas de exportação, como foi feito em 2018, evitando a imposição de sobretaxas.

Em discurso feito ao Congresso dos EUA, na noite de terça-feira (4/3), Trump citou expressamente o Brasil como um dos países que estariam prejudicando comercialmente os interesses norte-americanos.

Na conversa, Alckmin destacou a importância da relação comercial entre os dois países, que movimenta cerca de US$ 80 bilhões, com um superávit de US$ 200 milhões para os americanos.

O vice-presidente ressaltou ainda que oito dos dez principais produtos importados pelo Brasil para os EUA já possuem tarifa zero e que a média ponderada das tarifas efetivamente recolhidas é de 2,73%, abaixo do que indicam as tarifas nominais.

Alckmin também lembrou que o Brasil responde pelo sétimo maior superávit comercial de bens dos EUA e que, ao incluir serviços, esse superávit ultrapassa US$ 25 bilhões. Para ele, a melhor estratégia é fortalecer a complementaridade econômica entre os países, garantir maior reciprocidade e manter boas práticas comerciais.

Os investidores também reagem ao anúncio de Trump sobre decidir adiar as tarifas para montadoras de veículos nas importações de México e Canadá.

“Payroll” nos EUA

Nesta manhã, o mercado financeiro também repercute os dados de emprego dos EUA, que foram divulgados no relatório “payroll” do Departamento de Trabalho.

O mercado de trabalho dos EUA abriu 151 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em fevereiro deste ano. O resultado veio ligeiramente abaixo das projeções, que eram de 160 mil vagas.

A taxa de desemprego no país ficou em 4,1%, dentro do esperado.

A força do mercado de trabalho nos EUA é um dos componentes considerados pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) para definir a taxa de juros e esfriar a demanda na economia para combater a inflação.

Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Fed. Nesse sentido, a criação de vagas acima das expectativas é interpretada como uma notícia negativa.

No fim de janeiro, na primeira reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed desde a posse do presidente dos EUA, Donald Trump, o colegiado anunciou a manutenção dos juros básicos no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.

A decisão interrompeu um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para desaquecer a atividade econômica, além de combater a inflação.

Ibovespa sobe forte

Depois de abrir o pregão em forte baixa, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), mudou o sinal e se recuperou a partir do fim da manhã, após os dados de emprego nos EUA.

Às 13h40, o Ibovespa avançava 0,93%, aos 124,5 mil pontos.

Na véspera, o indicador fechou o pregão em alta de 0,25%, aos 123,3 mil pontos.

Com o resultado, o Ibovespa acumula ganhos de 0,45% em março e de 2,56% em 2025.

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