O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, que ficou em 0,28% em agosto, pode fazer com que o Banco Central (BC) diminua o ímpeto na redução da taxa básica de juros (Selic) até o fim do ano.
A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, depois de uma redução de 0,5 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O IPCA-15 veio acima das expectativas do mercado financeiro. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava um índice de 0,17%.
O próprio BC indicou que deverá manter o ritmo de corte de 0,5 ponto percentual a cada reunião até o fim do ano, mas havia, no mercado, quem já projetasse reduções de 0,75 ponto percentual. De acordo com economistas e analistas do mercado consultados pelo Metrópoles, esse cenário está praticamente descartado.
“O resultado surpreendeu todo mundo negativamente e, daqui para frente, o acumulado em 12 meses deve seguir sua trajetória expansionista”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do PicPay. “Por outro lado, grande parte das surpresas se concentraram em itens de alta volatilidade e a composição segue saudável. Dito isso, esse cenário não contribui para o Copom acelerar o ritmo de corte de juros.”
Para Hugo Queiroz, Sócio da L4 Capital, a prévia da inflação de agosto “merece nossa atenção, pois pode criar um certo ruído em relação à condução da política monetária”.
“Esse aumento nos preços pode levantar questões sobre como o BC vai lidar com a situação. Essa incerteza pode ser vista como especulativa, pois ainda é cedo para determinar como essa inflação pode impactar as decisões de política monetária”, avalia.
André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, diz que a alta dos núcleos de inflação também foi um dado negativo do IPCA-15.
“O setor de serviços subjacentes voltou a acelerar e isso esvazia apostas de cortes de juros mais agressivos na Selic por parte do Copom, que deve seguir o plano de cortes de 0,5% ao longo das próximas reuniões”, afirma.
“Um dado no IPCA-15 pior que o esperado está provocando ajustes na curva de juros, que, no momento sobe, principalmente a ponta curta e média da curva, que tem maior sensibilidade a mudanças nos cortes da Selic”, explica Fernandes. “Quem apostava em algum corte de -0,75 p.p até o fim do ano pode estar reajustando sua posição.”
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Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um país
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Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moeda
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Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum deles
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No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileiras
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De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externas
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No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moeda
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No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outros
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Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricas
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Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdido
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