Zelensky acusa Putin de querer “terror nuclear” com ataque a usina

Em pronunciamento gravado, presidente ucraniano afirmou que mandatário russo quer "repetir Chernobyl"

atualizado 04/03/2022 0:16

Compartilhar notícia
Volodymyr Zelenskyy presidente da Ucrânia Presidency of Ukraine/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

Após um alerta de risco de acidente em uma usina nuclear sob ataque pesado nesta sexta-feira (4/3), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o mandatário russo, Vladimir Putin, de “querer repetir Chernobyl”.

Em pronunciamento gravado, Zelensky afirmou que Putin usa “o terror nuclear” para causar pânico. O vídeo foi divulgado após uma ataque russo desencadear um incêndio na central.

“Alertamos o mundo inteiro para o fato de que nenhum outro país, exceto a Rússia, disparou contra usinas nucleares. Esta é a primeira vez em nossa história, a primeira vez na história da humanidade. Este estado terrorista está agora recorrendo ao terror nuclear”, criticou Zelensky na gravação desta quinta-feira (4/3).

Alvo de intenso bombardeio russo, a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, pode causar uma tragédia 10 vezes maior que o acidente em Chernobyl, em 1986 – até então a maior catástrofe do tipo –, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

Dmytro Kuleba divulgou um aviso chamando a atenção para o risco de comprometimento do resfriamento dos reatores, o que pode desencadear uma explosão catastrófica. Essa é a maior usina nuclear da Europa, e a Ucrânia pediu imediato cessar-fogo para evitar que uma tragédia ocorra.

“O Exército russo está atirando de todos os lados contra a central. Os russos devem cessar imediatamente o ataque, permitir [a entrada dos] bombeiros e estabelecer uma zona de segurança”, escreveu.

Veja:

A Casa Branca informou, por voltas das 23h35 desta quinta-feira, pelo horário de Brasília, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou com o mandatário ucraniano, Volodymyr, Zelensky, sobre o incêndio na usina nuclear. Biden defendeu um cessar-fogo para evitar tragédia com radiação.

O desastre de Chernobyl, o maior da história, ocorreu em abril de 1986, ainda na extinta União Soviética. Um reator explodiu após uma falha num teste de segurança. Ao todo, 30 pessoas morreram na hora, e muitas nos anos seguintes. Depois, o governo criou uma zona de exclusão de 4 mil quilômetros na região.

O Serviço de Emergência da Ucrânia informou que o incêndio na usina de Zaporizhzhia começou em um prédio próximo. O local serve de apoio aos funcionários. O fogo teria se alastrado para o perímetro da central nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) monitora o incêndio com preocupação e classificou o risco de explosão como “grave situação”.

“[A agência] apela para a suspensão do uso da força e alerta para um grave perigo”, publicou o perfil oficial do órgão no Twitter, que já está em contato com as autoridades ucranianas.

Um funcionário do governo ucraniano disse à agência internacional de notícias Associated Press que os níveis de radiação no local e nas redondezas estão aumentando em torno de 25% em relação às condições comuns.

Em entrevista a uma TV ucraniana, o diretor da Usina de Zaporizhia disse que os níveis de radiação do local estão controlados e dentro dos limites. Andrey Tuz, porta-voz da usina nuclear de Zaporizhzhya, informou que o bombardeio parou, por enquanto, mas a situação é extremamente incerta. “Eles bombardearam tudo o que podiam, incluindo blocos e tudo mais”, afirmou.

A agência de notícias russa RIA nega que a radiação tenha aumentado. Segundo o órgão, a situação é de normalidade no local.

A usina de Zaporizhzhia foi cercada nessa quarta-feira (2/3). Tropas russas ocuparam o local e tomaram o controle da central nuclear.

O assessor do Ministério do Interior da Ucrânia, Anton Herashchenko, durante a tarde desta quinta-feira, pelo horário de Brasília, alertou que a segurança da usina estava comprometida.

9 imagens
Duas mulheres levantam os braços enquanto vários agentes tentam expulsá-las de um protesto em frente à embaixada russa na Espanha, 3 de março de 2022, em Madri, Espanha
Civis constroem barricadas de ferro e armadilhas para bloquear veículos blindados e ajudar a defender a cidade em meio a ataques russos em Lviv, Ucrânia
Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev
Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev
Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022
1 de 9

Os refugiados chegam à cidade fronteiriça húngara de Zahony em um trem que veio da Ucrânia

Christopher Furlong/Getty Images
2 de 9

Duas mulheres levantam os braços enquanto vários agentes tentam expulsá-las de um protesto em frente à embaixada russa na Espanha, 3 de março de 2022, em Madri, Espanha

Ricardo Rubio/Europa Press via Getty Images
3 de 9

Civis constroem barricadas de ferro e armadilhas para bloquear veículos blindados e ajudar a defender a cidade em meio a ataques russos em Lviv, Ucrânia

Abdullah Tevge/Agência Anadolu via Getty Images
4 de 9

Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
5 de 9

Soldados ucranianos patrulham em frente ao Monumento da Independência durante ataques russos em Kiev

Aytac Unal/Agência Anadolu via Getty Images
6 de 9

Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images
7 de 9

Um empreiteiro ucraniano de Leipzig fica na fronteira ucraniana-polonesa em Medyka. O homem aguarda autorização para passar por um transporte de socorro com medicamentos

Kay Nietfeld/picture aliança via Getty Images
8 de 9

Uma visão dos danos causados em assentamentos civis, após ataques russos, em Kharkiv, Ucrânia, em 3 de março de 2022

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images
9 de 9

Prédios e estruturas após ataques russos em Kharkiv, Ucrânia

Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia/Agência Anadolu via Getty Images

Ataques

As tropas russas estão avançando de forma vertiginosa no território ucraniano. Os balanços apresentados pelos dois países dão dimensão de como as cidades estão sendo invadidas e bombardeadas pelos militares.

Em apenas um dia, as cidades sitiadas por tropas da Rússia subiram de 16 para 26. Os soldados de Vladimir Putin miram províncias estratégicas e alvos que, se destruídos, causam grande impacto. Civis são alvo das tropas e tentam impedir a aproximação dos soldados com barricadas, como em Lviv.

A Ucrânia vive o oitavo dia de bombardeios. Um nova tentativa de cessar-fogo nesta quinta-feira fracassou. Representantes russos e ucranianos se reunirão pela terceira vez nesta sexta-feira (4/3).

Mapa regiões atacadas Ucrânia
Mapa ilustra os locais onde o país foi atacado

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • Teste editor

    Teste editor Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • Teste de post1

    Teste de post1 Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • three old ordered tests

    Fique por dentro! Receba notícias de Entretenimento/Celebridades no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o perfil Metrópoles Fun no Instagram.

Compartilhar