Risco de calote e indústria ameaçada: Rússia sofre drama econômico

Nesta quinta-feira (7/4), novas punições serão anunciadas contra o país comandado pelo presidente Vladimir Putin

atualizado 07/04/2022 14:49

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Kremlin Press Service/Anadolu Agency via Getty Images

As sanções econômicas contra a Rússia começam a fazer efeitos mais severos no país comandado pelo presidente Vladimir Putin. A indústria abalada, a saída de empresas multinacionais e o risco de calote na dívida pública são os maiores sinais do efeito das retaliações econômicas impostas por Estados Unidos, países europeus e outros aliados.

Bloqueado dos principais sistemas financeiros do mundo, os russos admitiram que tentaram pagar em rublos, a moeda local, uma dívida de US$ 650 milhões.

O Kremlin tem agora 30 dias para honrar a conta e não correr o risco de default, que é o descumprimento de cláusulas de  contrato entre devedor e credor — na prática, um calote.

As agências internacionais de notícias divulgaram outro perspectiva negativa. A venda de automóveis novos caiu 62,9% em março, na comparação com o mesmo período de 2021.

O problema é causado pelas restrições ocidentais, que proibiram as exportações à Rússia de componentes e peças de reposição.

Da Casa Branca partiram mais perspectivas negativas. Os Estados Unidos calculam que o produto interno bruto (PIB) da Rússia encolherá até 15% neste ano.

Seria mais um efeito das punições econômicas e comerciais. “Eliminaremos os últimos 15 anos de ganhos econômicos”, acredita a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Na quarta-feira (6/4), os Estados Unidos confirmaram uma nova rodada de sanções contra o país russo. Houve o bloqueio ao acesso a dólares e a investimentos internacionais. Até mesmo as filhas de Putin foram sancionadas.

As medidas serão formalmente anunciadas nesta quinta-feira (7/4). “O que vamos anunciar é um pacote abrangente adicional de sanções, o que irá impor custos à Rússia e enviá-la ainda mais para o caminho do isolamento econômico, financeiro e tecnológico”, adiantou Jen Psaki.

No bolso

A inflação oficial russa está acima de 15%. A estimativa de agências de monitoramento é de que acelere ainda mais.

Desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, mais de 600 empresas multinacionais deixaram o mercado russo.

Muitas punições

A guerra na Ucrânia provocou uma reação em cadeia contra a Rússia. Em pouco mais de 30 dias, as sanções contra a nação comandada por Putin cresceram 91%.

A “reputação” russa já não era boa. O país figurava no ranking das nações com boicotes econômicos, ao lado de Irã, Síria, Coreia do Norte, Venezuela, Myanmar e Cuba.

Após invadir o território ucraniano, em 24 de fevereiro, e promover sucessivos bombardeios, os principais blocos econômicos e as maiores potências mundiais endureceram as punições. O número passou de 2.754, antes do conflito, para 5.262 até 30 de março.

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