Durante a 16ª cúpula dos Brics, Vladimir Putin se reuniu com Nicolás Maduro, e disse que apoia o ingresso da Venezuela no bloco. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (23/10), em Kazan, na Rússia.
Segundo o líder russo, a Venezuela possui “princípios fundamentais” de países que compõem o bloco de economias emergentes, como a “inadmissibilidade do uso de abordagens neocoloniais, na interferência nos assuntos internos dos Estados”.
“Sei que os nossos amigos venezuelanos estão próximos dos valores e princípios fundamentais em que se baseiam as atividades da associação: o respeito pelos interesses legítimos e pela soberania de cada um, a escolha soberana dos Estados e dos povos, a cooperação mutuamente benéfica e honesta e igualitária, e assim sobre. Apoiamos o seu desejo de se juntar ao trabalho do Brics”, disse Putin durante o encontro.
Maduro, por sua vez, disse que a Venezuela está pronta para continuar expandindo os laços com a Rússia e outras nações que compõem os Brics.
“Estamos orgulhosos de que vocês sejam nossos amigos, de que a Rússia seja amiga da Venezuela, e estamos prontos para continuar avançando”, declarou o presidente da Venezuela.
O líder chavista ainda mandou um recado para a comunidade internacional em meio a pressão após as eleições presidenciais na Venezuela, ainda cercadas de incertezas, críticas e não aceitação de sua reeleição.
“Ontem, conseguimos aterrissar aqui em Kazan, e eu disse: ‘Chegamos, estamos de pé, estamos intactos e ganhamos. O povo da Venezuela venceu'”, disse o herdeiro político de Hugo Chávez.
Entrada de novos membros
Apesar do apoio de Putin, a situação da entrada da Venezuela e de outros países nos Brics, como membros plenos ou parceiros, ainda segue indefinida.
Em entrevista coletiva realizada em Kazan, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que as negociações ainda estão em andamento. Uma lista de possíveis novos membros, no entanto, ainda não foi apresentada oficialmente.
De acordo com o chanceler brasileiro, os atuais membros já discutiram e aprovaram os “critérios que guiarão essa ampliação”.
“Agora, quanto à lista de países, será decidido daqui para a frente. Haverá consultas e a presidência russa fará consultas, depois, chegar a uma lista de países que não sei quais serão”, declarou Vieira.
