Migrantes morrem ao atravessar deserto nos EUA: “Viraram múmias”

Reportagem reúne relatos de voluntários que participam de missões em busca de corpos de migrantes que tentam atravessar fronteira no deserto

atualizado 28/12/2023 9:37

Compartilhar notícia
Fronteira no deserto de Sonora GettyImages

Cerca de 1.400 pessoas perderam a vida ao tentar cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos através do deserto de Sonora, no Arizona, no último ano. No local, grupos de voluntários buscam corpos de migrantes que sucumbiram ao calor extremo da região, considerada a passagem migratória mais perigosa do mundo.

Uma reportagem da BBC reuniu relatos de voluntários que participam de missões em busca de corpos de desaparecidos no deserto. Foi o caso de Raúl Sánchez, um mexicano de 36 anos que partiu rumo aos Estados Unidos após não conseguir um emprego estável em seu país natal. Ele deixou dois filhos adolescentes e a esposa.

“Ele nunca me disse que planejava atravessar o deserto de Sonora. Se ele tivesse me contado, eu jamais teria permitido”, afirmou a irmã de Raúl, identificada como Inmaculada.

O deserto de Sonora é o mais quente da América do Norte, chegando a atingir temperaturas de 50 °C. A desidratação é a principal causa da morte de migrantes na região. Apesar da travessia perigosa, muitos pessoas optam pela passagem pelo deserto por ter menos vigilância em comparação a outros pontos fronteiriços.

Ely Ortiz é um dos voluntários que atuam no grupo chamado Águias do Deserto. Ele passou a fazer parte das operações após entrar em uma busca pelo irmão e o primo pelo deserto, em 2009. Na época, a única organização que atuava na região era o Desert Angels. Quando conseguiu encontrar os familiares, já era tarde demais.

“Eles viraram múmias por causa do calor e ainda exalavam um cheiro horrível. Meu irmão tirou os sapatos e os colocou ao lado dele, acho que os pés dele já estavam muito machucados por causa das bolhas”, diz.

Após a experiência traumática, ele decidiu se dedicar à procura por migrantes no deserto junto à esposa. Os dois organizavam as buscas nos finais de semana. Ele conta que sofreu com bolhas nos pés e insolação durante as primeiras operações.

“Naquele momento entendi porque muitos morrem de sede e de calor”, afirmou Ortiz. “Os migrantes vão para debaixo de um arbusto para dormir e não acordam novamente.”

Além de procurar por corpos e pertences de migrantes mortos, os voluntários levam consigo água e comida e prestam apoio no resgate de pessoas que necessitam de cuidados.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • Teste editor

    Teste editor Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • Teste de post1

    Teste de post1 Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • three old ordered tests

    Fique por dentro! Receba notícias de Entretenimento/Celebridades no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o perfil Metrópoles Fun no Instagram.

Compartilhar