A jornalista russa Marina Ovsyannikova, que se tornou mundialmente conhecida pelo protesto antiguerra durante um dos maiores jornais televisivos do país, foi solta nesta terça-feira (15/3). Ela afirma ter sido submetida a 14 horas de interrogatório, e solta com a obrigação de pagar uma multa. Ela se declarou inocente em julgamento por “protesto ilegal”.
“Eles não me deixaram entrar em contato com minha família e amigos e não recebi nenhuma assistência jurídica”, explicou Ovsyannikova. De acordo com a AFP, durante julgamento realizado nesta terça-feira, a manifestante reafirmou suas convicções.
Daniil Berman, advogado de defesa da jornalista, teme que ela seja enquadrada na nova lei que atribui até 15 anos de prisão para a publicação de “informações falsas” sobre o Exército russo. “Há uma boa chance de que as autoridades decidam dar o exemplo para que outros críticos se calem”, afirmou à agência.
“Foi realmente muito difícil, os dias mais difíceis da minha vida, porque fiquei literalmente dois dias sem dormir”, narrou Ovsyannikova. Ela também recebeu uma multa de 30 mil rublos (cerca de R$ 1,4 mil).
Veja o vídeo:
Jornalista russa é libertada após protesto na tv estatal. “Dias mais difíceis da minha vida”.
Marina Ovsyannikova recebeu uma multa e deve responder a um processo. Ela disse que foi interrogada por mais de 14 horas.
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— Metrópoles (@Metropoles) March 15, 2022
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu à manifestante em vídeo no Telegram. “Sou grato aos russos que não param de tentar entregar a verdade, que estão lutando contra a desinformação falando fatos verdadeiros para seus amigos e família, e pessoalmente para aquela mulher que foi ao estúdio do Channel One com um cartaz antiguerra”, disse.
Ovsyannikova era funcionária do Russia Channel One, emissora estatal. Durante a programação, a mulher apareceu atrás da apresentadora com um cartaz contra a invasão da Ucrânia.
“Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Eles estão mentindo para você”, dizia o cartaz. Enquanto mostrava o papel, a jovem gritava: “Parem a guerra! Não à guerra!”, dizia a mensagem, em russo.
Veja o protesto:
