Jogos Olímpicos de Atlanta, EUA, 1996. Em frente à televisão, a pequena Jennifer Bricker assistia impressionada a ginasta Dominique Moceanu ganhar uma medalha de ouro. E, mesmo tendo nascido sem pernas, a garota teve certeza que ganhara uma ídola.
Mas a ligação entre a menina e a atleta estava bem além do que apenas o amor pelo esporte. Jennifer foi adotada por um casal americano ainda bebê, em 1987. Romena de nascimento, a criança havia sido abandonada pelos pais, provavelmente por conta da sua limitação física. No lar adotivo, ela foi criada sem qualquer restrição por conta de sua deficiência.
Em casa, havia uma única regra: “Nunca diga que não é capaz”. Dessa forma, a garota cresceu correndo, pulando e brincando como qualquer outra criança. E, na sua obsessão pela ginástica olímpica, ela já colecionava prêmios aos 11 anos. Contudo, mesmo sem nunca terem escondido que ela era adotada, aos 16 anos Jennifer questionou os pais adotivos se havia algo que não havia sido contado.
Eles não apenas negaram que a tivessem dado para adoção, como não quiseram mais nenhum contato. A jovem esperou quatro anos para enviar uma carta para Dominique, não apenas contando sobre a relação de sangue que as unia, mas sobre como ela havia se apaixonado pela ginástica seguindo o seu exemplo — mesmo sem saber que elas eram irmãs.
Ao ler a carta, Dominique questionou a mãe: ela havia mesmo dado uma filha para adoção? Com a resposta afirmativa, a atleta (que não competia mais nessa época) tirou uns meses para processar a nova informação. Até o dia em que decidiu ligar. No telefone, Dominique descobriu outro detalhe sobre Jennifer: ela havia se tornado uma campeã mesmo sem pernas, o que a deixou ainda mais impressionada.
Elas se encontraram a primeira vez em 2008 e, desde então, mantém um relacionamento próximo. Em 2016, Jennifer lançou uma autobiografia. Em “Everything is Possible” (Tudo é Possível, em tradução livre), ela escreve para aqueles que buscam inspiração para a vida. A jovem viaja o mundo dando palestras motivacionais.
