O homem de 18 anos que matou dez pessoas negras em um supermercado na cidade de Buffalo, Nova York (EUA), recebeu 26 acusações federais de crime de ódio e uma “ofensa com arma de fogo”. O ataque ocorreu em 14 de maio e teve motivações racistas.
As acusações feitas pelo Departamento de Justiça estadunidense foram anunciadas pelo procurador-geral Merrick Garland em conversa com familiares das vítimas. Payton Gendron pode se tornar elegível à pena de morte.
Além de dez imputações de crime de ódio com resultado de morte, o atirador também foi responsabilizado por três crimes de ódio com lesão corporal e tentativa de morte, dez acusações de uso de arma de fogo para assassinato e três por uso e descarga de arma de fogo durante crime violento.
“Evidências balísticas recuperadas em Tops indicaram que o atirador disparou aproximadamente 60 tiros durante o ataque”, contou o procurador a repórteres que estavam no local.
Garland também ressaltou que os crimes de ódio não afetam apenas as vítimas diretas, mas a comunidade negra inteira.
A queixa criminal apresentada ao Distrito Oeste de Nova York reforça que a motivação do acusado para o tiroteio em massa foi “impedir que os negros substituíssem os brancos e eliminassem a raça branca, e inspirar outros a cometerem ataques semelhantes”.
Gendron escrevia e publicava na internet, com detalhes, seus planos de matar dezenas de pessoas negras cinco meses antes do ataque.
O jornal The Washington Post revelou que o homem planejava desde dezembro matar aqueles que ele chamava de “replacers”, algo como “substitutos”, termo ligado a uma teoria conspiratória comum entre os racistas e antissemitas. Essa teoria indica que imigrantes estariam substituindo os “americanos”, para fins eleitoriais, por exemplo. Essa tese é levantada por parte da direita dos Estados Unidos.
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