Depois de bater o maior valor em mais de 40 anos, a inflação nos Estados Unidos deu uma trégua. Os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI) superaram a marca dos dois dígitos em março passado, e agora caíram para patamares próximos a 8%, no dado acumulado em 12 meses.
Apesar de o custo da alimentação, transporte e moradia seguir em alta, os consumidores americanos começam a ter a sensação de que o pior ficou para trás. A crise de energia na Europa ainda será um possível ponto de inflexão para a trajetória de queda, mas por enquanto os mercados respiram aliviados.
Os índices de ações dos Estados Unidos operam em alta entre 1% e 2% nesta terça-feira, 15/11, e o dólar registra queda frente às principais moedas globais. No Brasil, o mercado não opera, em razão do feriado de Proclamação da República, mas os índices futuros da bolsa brasileira, negociados no exterior, têm alta de mais de 1%.
Fiscal na pauta
Além da contribuição positiva dos dados de inflação, os investidores enxergaram como positivas as falas do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, em favor da preservação da disciplina fiscal no país.
“Precisamos persistir no combate à inflação. Essa é a melhor forma de contribuir com o crescimento sustentável. Somente um plano coeso com coerência fiscal e continuidade das reformas vai assegurar uma trajetória de crescimento sustentável”, disse Campos Neto.
Nas últimas semanas, os índices de ações e o câmbio sofreram alta volatilidade, em razão das discussões sobre a PEC de Transição e a possível permissão para o governo gastar acima do teto de gastos em 2023.
