Ainda que as relações entre Washington e Caracas enfrentem tensões nos últimos anos, Donald Trump fez o primeiro contato com o regime chavista após assumir a presidência dos Estados Unidos pela segunda vez. Nesta sexta-feira (31/1), o presidente norte-americano enviou seu representante especial para a Venezuela, Richard Grenell, para discussões com Nicolás Maduro no Palácio de Miraflores.
Relação Maduro x EUA
- Com forte discurso anti-imperialista, os EUA são um dos principais alvos das declarações polêmicas de Nicolás Maduro.
- A legitimidade do governo de Maduro é questionada por grande parte da comunidade internacional, que aponte fraude eleitoral nas últimas eleições realizadas na Venezuela.
- Assim como seu antecessor, Trump reconhece o opositor Edmundo González como o verdeiro vencedor do pleito venezuelano.
Apesar do contato, Washington nega que a visita de Grenell a Venezuela significa um gesto de reconhecimento do governo de Maduro. Segundo a Casa Branca, a discussão foi voltada na questão de imigrantes venezuelanos nos EUA, assim como a liberação de cidadãos norte-americanos presos na Venezuela.
Depois do encontro, a chancelaria venezuelana divulgou um comunicado em tom ameno, e falou em um “início de uma nova etapa nas relações bilaterais” entre Caracas e Washington, rompidas desde 2019.
Além do retorno de imigrantes venezuelanos ao país, o regime chavista afirmou que outros assuntos também foram temas debatidos na reunião entre Maduro e Grenell.
“A reunião foi realizada no âmbito do respeito mútuo e foram abordados vários temas de interesse para ambos os países: migração, impacto negativo das sanções econômicas contra a Venezuela, cidadãos norte-americanos envolvidos em crimes em território nacional e integridade do sistema político venezuelano. A necessidade de mudança de relações também foi ratificada”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em um comunicado.
Sem dar maiores detalhes sobre a reunião, Trump comentou o encontro entre Maduro e seu assessor diplomático, e disse que os EUA querem fazer “algo” com a Venezuela.
“Queremos fazer algo com a Venezuela. Temos sido um grande opositor da Venezuela, e eles não nos trataram tão bem, mas o mais importante é que trataram muito mal o povo venezuelano”, declarou o presidente republicano a repórteres na Casa Branca.
