Como funciona o tarifaço de Trump para o Brasil e outros países

O presidente dos Estados Unidos estipulou taxas de 25% ao Canadá, ao México e sobre o aço e o alumínio brasileiros. Ele também taxou a China

atualizado 10/03/2025 21:36

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Imagem colorida de Donald Trump - Metrópoles Grok / Arte Metrópoles

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu taxas sobre produtos importados do Brasil, do Canadá, do México e da China. Diante desse cenário, surgem muitas dúvidas sobre o que significa taxar países e quais sãos os impactos tanto para os EUA como para os países taxados.

Para entender o cenário, o Metrópoles entrevistou o professor de economia internacional da Hayek Global College, Maurício F. Bento.

“O processo de taxar outros países”, explica Bento, “envolve a imposição de tarifas sobre produtos importados. Essas tarifas são tributos cobrados pelo governo do país importador sobre mercadorias estrangeiras que entram no território nacional”.

O objetivo de toda taxação é arrecadar mais receita para o Estado e, também, proteger a indústria nacional. No caso de Trump, diz o professor, “ele tem apontado o segundo motivo, o de proteger a indústria dos EUA, gerando mais empregos no país”.

O presidente norte-americano impôs 25% de tarifas sobre o aço e o alumínio brasileiro, que devem entrar em vigor no dia 21 de março, enquanto Trump pretende introduzir “taxas recíprocas” ao país no próximo mês.

O professor explica que “taxar os produtos brasileiros vai prejudicar o consumidor americano, que terá menos capacidade de comprá-los, mas também irá prejudicar o produtor brasileiro, que tende a vender menos”.

O aumento da tributação sobre produtos importados vai causar um aumento no preço desses produtos para o consumidor norte-americano, “elevando o custo de vida e diminuindo o poder de compra dos cidadãos”.

“A indústria siderúrgica brasileira é uma das potenciais afetadas, uma vez que os EUA é um dos grandes destinos da nossa exportação”, afirmou Maurício F. Bento.

“Ao tarifar aço, ele aumenta o preço desse insumo, prejudicando a competitividade global da indústria americana, o que pode gerar uma diminuição nos empregos, efeito inverso do que ele pretende”, destaca Maurício F. Bento.

Ao taxar Canadá, México e China, os EUA impõem sobre os seus três principais parceiros comerciais taxas que têm um impacto maior, pois miram aliados de longa data e estimulam promessas de retaliação.

“As taxas sobre países aliados dos EUA vão afetar tanto o poder de compra do consumidor americano, quanto a competitividade das indústrias taxadas. Além disso, essa taxação ampla pode gerar retaliações e uma escalada nas taxas, gerando uma quebra nas cadeias globais de comércio”.

Bento aponta que essas medidas podem apontar para o fim de uma era e para a “entrada em um novo momento de desglobalização”.

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Ameaças de Trump sobre taxar aço brasileiro deixa industria sob tensão
Presidente dos Estados, Donald Trump
Presidente Donald Trump
 Donald Trump e Volodymyr Zelensky
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Trump tem uma ação forte contra imigrantes ilegais

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Ameaças de Trump sobre taxar aço brasileiro deixa industria sob tensão

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O presidente Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Chip Somodevilla/Getty Images
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Donald Trump

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O terror norte-americano

Em nome do slogan Make America Great Again (faça a América grande novamente, ou Maga), Donald Trump disse que as tarifas foram criadas para dar maior oportunidade ao mercado interno. No entanto, os consumidores começaram a sentir no bolso, quase que imediatamente, o aumento dos preços.

Os norte-americanos já estavam lidando com a inflação de produtos há anos, mas precisarão, segundo economistas, se preparar para uma alta notória no valor de carros, alimentos, gasolina e outros itens essenciais nos próximos dias.

O aumento nos preços acontece após um período de otimismo pós-eleição. As pesquisas que avaliam o sentimento do consumidor já começam a mostrar que a população dos Estados Unidos sente-se pior em relação a suas finanças e à inflação do que há alguns meses.

Recuo de Donald Trump

Apesar de as medidas já terem sido anunciadas, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, sugeriu, ainda na terça-feira (4/3), que a administração revertesse algumas delas contra o Canadá e o México. O que de fato ocorreu.

Nessa quinta-feira (6/3), diante da pressões externa e interna, o presidente decidiu adiar a imposição das tarifas impostas ao México e ao Canadá.

“Este acordo é até 2 de abril. Fiz isso como uma acomodação e por respeito à presidente Sheinbaum [do México]. Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o Fentanil”, afirmou Trump.

Em relação ao Canadá, Trump afirmou, na quarta-feira (5/3), não estar “convencido” de que o governo canadense tenha tomado medidas eficazes para conter o fluxo de imigrantes ilegais e o tráfico de fentanil para os EUA, mas acabou recuando na imposição imediata das tarifas, que serão válidas até 2 de abril.

Em sua rede Truth Social, Trump alfinetou o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Na postagem, o presidente dos EUA acusa Trudeau de usar as tarifas de 25% impostas pelos EUA sobre os produtos canadenses para ganho político.

“Acredite ou não, apesar do péssimo trabalho que ele fez pelo Canadá, acho que Justin Trudeau está usando o problema da tarifa, que ele causou em grande parte, para concorrer novamente a primeiro-ministro. É muito divertido de assistir”, escreveu Trump.

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