Após críticas do novo chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAid) deve ser fechada na próxima terça-feira (11/2). A Agência é responsável por cerca de 40% de toda a ajuda humanitária aplicada no mundo.
O site da agência, que estava suspenso desde sábado (1º/2), voltou ao ar nesta quarta-feira (5/2), mas apenas com uma nota de despedida. Conforme a nota, todos os funcionários não essenciais da agência humanitária serão postos de licença a partir das 11h50 de sexta-feira, no horário de Washington D.C. (1h59 de sábado no horário de Brasília).
“A Agência considerará exceções caso a caso e extensões de viagem de regresso com base em dificuldades pessoais ou familiares, preocupações de mobilidade ou segurança, ou outras razões”, informa a nota.
Críticas a ajuda humanitária
- Na segunda-feira (3/2), Musk fez duras críticas à USAid e anunciou a intenção de encerrar os trabalho do órgão. Ele chamou a agência de “ninho de vermes”. Ao responder um comentário no X, ele se referiu à à pasta como uma “organização criminosa”.
- No dia seguinte, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a agência está repleta de fraudes, mas sem especificar quais as irregularidades existem no órgão.
- A USAid é o maior doador individual do mundo e tem mais de 10 mil funcionários.
- No ano fiscal de 2023, os EUA destinaram por meio da agência um total de US$ 72 bilhões (cerca de R$ 420,7 bi) em ajuda humanitária para diversas áreas, incluindo saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamentos para HIV/Aids, segurança energética e combate à corrupção.
- Em 2024, a agência forneceu 42% de toda a ajuda humanitária no mundo rastreada pelas Nações Unidas (ONU).
Criada no auge da Guerra Fria, a USAid coordena e distribui toda a ajuda dos Estados Unidos enviada para situações de conflitos ou emergências pelo mundo.
Em 1961, o ex-presidente John F. Kennedy assinou uma ordem executiva estabelecendo a USAid como uma agência independente — ou seja, que não está submetida a uma secretaria de governo, que responde diretamente ao presidente. A Nasa e a CIA são outros exemplos de agências independentes.
As agências independentes têm mais autonomia em relação à Casa Branca para definir prioridades e manejar orçamentos, apesar de pertencerem ao braço Executivo do Estado. Desde o início deste ano, no entanto, a USAid tem sido um dos alvos de ataques de Trump contra órgãos do governo norte-americano.
“A USAid é administrada por um bando de lunáticos radicais. E estamos tirando todos de lá”, disse Trump a repórteres na noite de domingo (2/2).
