Na última sexta-feira (27/1), o presidente do comitê militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Rob Bauer, afirmou que a aliança está pronta para entrar em um confronto direto com a Rússia. A declaração acontece dias após Alemanha e Estados Unidos anunciarem o envio de 45 tanques para a Ucrânia.
Apesar da fala, o tenente-almirante da Marinha Real Holandesa admitiu que a prioridade da aliança militar no momento é o rearmamento de seus membros e que o cenário atual é algo novo para a Otan.
“Fomos nós que decidimos ir para o Afeganistão, ir para o Iraque, foi uma decisão da Otan, das nações da Otan. Nós éramos os donos dos cronogramas. Dizíamos: ‘quando vamos, com quantas tropas, por quanto tempo’ etc. Então temos que estar muito mais preparados. Não temos tempo para nos prepararmos porque depende deles quando vierem”, disse em entrevista ao canal RTP.
Por isso, Rob Bauer defendeu que países aliados da Otan priorizem o aumento da produção em suas indústrias de defesa. “Temos que ter esse debate sobre priorização e sobre como ter uma economia de guerra em tempos de paz”, disse.
Ao ser questionado sobre uma possível guerra nuclear envolvendo países aliados da Otan e a Rússia, Rob Bauer afirmou confiar na racionalidade do presidente russo Vladimir Putin.
“Acho que Vladimir Putin não é louco, então essa é a boa notícia”, afirmou. “Ele ainda é uma pessoa racional e acho que isso é importante em relação ao uso de armas nucleares”.
De acordo com o chefe do Comitê Militar da Otan, é importante manter um consenso sobre os efeitos devastadores de uma guerra nuclear, que “não deve ser travada e nunca pode ser vencida”.
