Quando virei mãe, nunca achei que saberia tanto sobre cocô

Ser mãe é muitas coisas, mas entre elas, é saber mais sobre o cocô dos filhos do que sobre o nosso próprio

atualizado 28/07/2016 17:30

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Certa vez, em uma viagem à Argentina, comprei um livro com o singelo título de “¿De quién es esta mierda?”. Era um bem-humorado guia de bolso para identificar as fezes dos animais, que eu achei curioso e uma excelente forma de aprender algumas palavras novas em espanhol. Durante muito tempo, o tema do livro foi a coisa mais escatológica que rolava nas minhas conversas com outras pessoas. Mas aí eu tive filhos.

E aí muitos dos meus diálogos passaram a começar assim:

– E aí, tudo bem?
– Tudo.
– E o Miguel?
– Tá bem.
– Comeu?
– Comeu.
– Dormiu?
– Uma horinha, por aí.
– Fez cocô?
– Fez.
– Quantas vezes?

Quando a gente engravida, sabemos que a vida vai dar um looping, que vamos descobrir novas sensações, que as prioridades vão mudar, mas, Deus, nunca achei que eu aprenderia tanto sobre cocô.

O susto começa logo de cara. O recém-nascido é pequenino e frágil, mas evacua um líquido verde escuro e viscoso, que, após um certo tempo em contato com a pele, gruda. Parece um recado claro para nós, adultos: nasci e minha máquina intestinal é nova em folha, está tinindo!

Se ainda guardamos alguma dúvida disso, as semanas seguintes tratam de desfazê-la. O bebê já não libera mais o mecônio (nome técnico do cocô escuro dos primeiros dias), mas a quantidade e a frequência podem surpreender. Meu primeiro filho foi relativamente tranquilo nesse quesito, mas o segundo me deu a oportunidade de questionar como pode criatura tão pequena fazer um estrago tão grande.

Depois que a criança começa a comer, um novo mundo surge à frente: muda a cor, o cheiro, a consistência, tem comida que prende e comida que solta, umas dão gases e outras, assaduras. Especialmente no início, cada cocô é um aprendizado.

E justamente quando eu achava já ter adquirido proficiência no assunto, eis que entramos em uma nova fase. Se o desfralde é um alívio em termos de serviço pesado, traz também toda representatividade que o ato de evacuar terá daqui para a frente na vida da criança. E lá vamos nós dar tchau para o cocô no vaso, fazer festa quando chegamos a tempo no banheiro, viva!, parabéns!. E se não chegamos, tudo bem também, não dá pra ter nojinho e muito menos apavorar o menino.

Ser mãe é muitas coisas, mas entre elas, é saber mais sobre o cocô dos filhos do que sobre o nosso próprio.

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