“Inclusão, diversidade e amizade”. Este é o lema do Bravus Esporte Clube, a primeira equipe LGBT de futebol do Distrito Federal. Fundado em 2017, o time surgiu a partir da iniciativa de amigos que queriam unir a paixão pelo esporte com a vontade de estar em um ambiente em que pudessem se expressar livremente.
“Tinha muita gente que queria jogar futebol, mas não se sentia a vontade nas peladas convencionais. O que fizemos foi criar um espaço em que cada um se sentisse livre para jogar e ser quem quisesse”, conta Jonathan Mendonça, um dos fundadores da equipe.
Hoje, ao time conta com 55 membros e participantes, com uma média de 35 pessoas presentes nas peladas, que acontecem às quintas-feiras, 21h30, no Real Park Society (Setor Hípico, próximo ao Parkshopping). Para participar, basta enviar uma mensagem no Instagram oficial do time. “Acolhemos todo mundo, independentemente de ser ou não LGBT. Aqui a gente só não tolera preconceito”, conta Cesar Ferreira Filho, que está na equipe desde maio deste ano.
Cearense, Cesar se mudou para Brasília no começo do ano e encontrou na Bravus um ambiente onde ele poderia unir a paixão pelo futebol com a possibilidade de se expressar livremente e ser verdadeiro consigo mesmo. “Sempre joguei peladas hétero. As pessoas não sabiam da minha orientação sexual e eu sempre escutava piadinhas que me deixavam desconfortável. Na Bravus não. Desde o primeiro dia sempre fui muito bem recebido. É um ambiente de muita amizade e respeito”, compartilha.
Paulo Nascimento, dirigente da equipe, conta que, em geral, o clima de harmonia se estende a outros times, com apenas alguns episódios pontuais de preconceito. “Já percebi comentários dos outros times do tipo ‘Ah eles vão jogar contra os viados’… qdo passava sem uniforme, chegando pra jogar. Outros apelam quando estão perdendo. Fico na dúvida se a frustração é somente pela derrota ou se entra o fator ‘perdendo para um time gay'”, pondera.
Além das peladas, os membros realizam uma vez por mês um churrasco, mais um momento para confraternizar e estreitar os laços entre os participantes, entre eles, estudantes, advogados, policiais, enfermeiros e jornalistas.
No entanto, nem tudo é diversão. O Bravus também disputa competições. Além de campeonatos tradicionais, o grupo vai para sua quinta Champions Ligay, evento organizado pela Ligay Nacional de Fitebpç qie reúne times LGBTs de todo o Brasil. A próxima edição acontece em Belo Hroizonte, nos dias 15 e 16 de novembro, com a participação recorde de 25 equipes. Os custos para participação serão bancados pelos próprios jogadores.
Queremos representatividade para que possamos integrar cada vez mais pessoas e ajuda-las a superar as dificuldades impostas pela sociedade às minorias”, diz Gabriel Wense, outro dirigente da equipe. “O Bravus é uma grande família que se uniu através do futebol”, finaliza.