Em 2021, 18 anos depois do término da trilogia Matrix, Lana Wachowski brindou os fãs da saga com mais um longa da sequência. Após marcar toda uma geração, o quarto filme do universo, intitulado com Resurrections, propôs uma nova fotografia, novos personagens, mas manteve muitas tradições das produções anteriores. A obra estreia, nesta quarta-feira (22/12), nos cinemas de todo o país.
Keanu Reeves voltou a ser Thomas Anderson, ou melhor, Neo e Carrie-Anne Moss interpretou Trinity. A grande falta foi Laurence Fishburne, o eterno Morpheus, que foi substituído por Yahya Abdul-Mateen II. Neil Patrick Harris e Jessica Henwick entraram, com maestria, entre os protagonistas da saga. Essa última ainda recusou um papel em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis para entrar no mundo tecnológico de Matrix.
Antes da crítica, vale a pena lembrar a sinopse do filme. “Em um mundo de duas realidades — a vida cotidiana e o que está por trás dela — Thomas Anderson terá que escolher seguir o coelho branco mais uma vez. A escolha, embora seja uma ilusão, ainda é a única maneira de entrar ou sair da Matrix, que é mais forte, mais segura e mais perigosa do que nunca”.
A trama é bem desenvolvida, apesar de trazer mais do mesmo, e promete muita nostalgia para os fãs da trilogia. É assim, por exemplo, que o filme começa. Esse sentimento já aparece logo na abertura deste novo longa. De cara, já introduz Bugs, personagens principais dessa nova história. O enredo caminha da mesma maneira que os antigos, de maneira lenta, e demora para ganhar a sua característica única.
Bem característico dos filmes do Matrix, o Bullet Time — cena em câmera lenta no qual os tiros passam devagar e criam grande confusão entre os personagens do mundo real e virtual—, está presente na trama. Ele se une à quebra da quarta parede e à metalinguagem, que busca colocar o espectador ainda mais dentro do mundo hacker proposto por Lana Wachowski.
A diretora mudou um pouco o seu estilo para esse novo longa. O tom esverdeado evidenciado pelos símbolos do filme dá lugar a uma cor mais azulada. O tão sério mundo de Matrix também recebeu uma pitada de humor em algumas cenas, nada exagerado, mas que vai fazer os espectadores darem algumas risadas no cinema.
Entretanto, a diretora fez questão de manter a essência do filme e dá match com as grandes características que tornaram aquele mundo tecnológico tão famoso e fácil de reconhecer.
Por se passar no mesmo universo, o longa acaba sendo “um pouco mais do mesmo”. O desenvolvimento da história se assemelha aos anteriores, pegando o seu DNA apenas em sua parte final. O confronto derradeiro, inclusive, é surpreendente e vai fazer com que os apaixonados por Matrix vibrem intensamente.
Avaliação: Bom