Vítima de feminicídio no DF sofria ameaças e “era oprimida”, diz amiga

Velório de Jainia Delfina de Assis, vítima de feminicídio aos 42 anos, ocorreu nesta 3ª. Companheiro da diarista, assassino ficará preso

atualizado 18/06/2024 17:44

Compartilhar notícia
Foto colorida tirada de dia de velório em cemitério ao ar livre Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot

Parentes e amigos de Jainia Delfina de Assis, 42 anos, reuniram-se no Cemitério de Taguatinga, na manhã desta terça-feira (18/6), para dar o último adeus à diarista, assassinada a facadas pelo companheiro no último sábado (15/6). A oitava vítima de feminicídio no Distrito Federal só neste ano morreu na frente do filho mais novo.

O feminicida, Wederson Aparecido Ananias de Moura, 36, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, após passar por audiência de custódia na Justiça do Distrito Federal.

Lembrada pelos presentes ao velório como uma pessoa “guerreira, trabalhadora e uma mãe dedicada”, Jainia deixa três filhos – uma jovem de 19 anos, um adolescente de 14 e um menino de 4 – além de um neto, de 2.

A cerimônia de despedida ficou marcada por revolta e indignação. Sogra da filha mais velha de Jainia, Cláudia Rodrigues, 57, relembrou os últimos dias da diarista, que visitou a amiga dias antes de ser assassinada.

“Ela [Jainia] era muito oprimida; você conseguia ver no olhar dela. Várias vezes ela falou em pegar os filhos e fugir, mas o companheiro [Wederson] a ameaçava. Ele dizia: ‘Eu sei onde você trabalha, quem é sua família. Eu vou te matar’. E ela continuava com ele por medo”, lamentou Cláudia.
7 imagens
Parentes e amigos se despediram da diarista no Cemitério de Taguatinga
Jainia morreu esfaqueada na frente do filho de 4 anos
O feminicida Wederson Aparecido Ananias de Moura está preso preventivamente
Cerimônia de despedida ficou marcada por revolta e indignação
Cláudia Rodrigues, 57 anos, sogra da filha de Jainia
1 de 7

Velório da Jainia Delfina de Assis ocorreu na manhã desta terça-feira (18/6)

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
2 de 7

Parentes e amigos se despediram da diarista no Cemitério de Taguatinga

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
3 de 7

Jainia morreu esfaqueada na frente do filho de 4 anos

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
4 de 7

O feminicida Wederson Aparecido Ananias de Moura está preso preventivamente

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
5 de 7

Cerimônia de despedida ficou marcada por revolta e indignação

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
6 de 7

Cláudia Rodrigues, 57 anos, sogra da filha de Jainia

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot
7 de 7

Lembrada pelos presentes ao velório como uma pessoa “guerreira, trabalhadora e uma mãe dedicada”, Jainia deixa três filhos

Hugo Barreto/Metrópoles@hugobarretophot

Feminicídio

Wederson matou Jainia com facadas no pescoço, na frente do filho do casal, de 4 anos. Após perceber o crime, a criança pediu ajuda a vizinhos. O assassino fugiu, mas acabou preso posteriormente.

Acionada com auxílio do menino, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) chegou ao endereço da família e encontrou Jainia caída em meio a uma poça de sangue, com marcas de facadas e de outros tipos de violência pelo corpo.

No dia seguinte, antes de ser preso em flagrante, Wederson foi identificado por moradores de Vicente Pires, que o renderam e espancaram. Com costelas fraturadas, ele foi detido e levado para a Emergência do Hospital de Base (HBDF), onde recebeu atendimento.

Após liberação da unidade de saúde, o feminicida foi levado para a 8ª Delegacia de Polícia (Estrutural), onde confessou o crime. Em 2006, ele ainda havia sido preso por homicídio e atentado violento ao pudor. Após conclusão do inquérito, ele acabou denunciado à Justiça e condenado pelo estupro e assassinato de uma adolescente de 15 anos, enquanto ela dormia.

Além disso, Wederson tinha histórico de violência doméstica contra Jainia – contemplada por uma medida protetiva descumprida por ele. O agressor continuou a morar na mesma casa que ela e a ameaçou para que voltasse atrás com o pedido de restrições.

Cláudia Rodrigues questionou a atuação do Estado que, para ela, falhou em proteger Jainia. “Quando uma mulher vai à polícia, é porque ela não tem mais a quem recorrer. Se o homem [Wederson] tinha o histórico que tinha e cometeu tudo o que cometeu, eu não entendo por que os policiais não o prenderam logo quando ela foi à delegacia [para denunciá-lo]”, comentou.

Com a conversão da prisão em flagrante em preventiva pela Justiça, Wederson aguardará a tramitação do processo preso.

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • Teste editor

    Teste editor Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • Teste de post1

    Teste de post1 Receba notícias de Saúde e Ciência no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre ciência e nutrição, veja todas as reportagens de Saúde.

  • three old ordered tests

    Fique por dentro! Receba notícias de Entretenimento/Celebridades no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal de notícias do Metrópoles no WhatsApp. Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga o perfil Metrópoles Fun no Instagram.

Compartilhar