Uma rampa instalada na saída do estacionamento do Edifício Corum, no comércio local das entrequadras 10/11, no Noroeste, virou uma dor de cabeça para os motoristas que param os veículos na área. Isso porque devido a altura e inclinação da subida, muitos condutores enfrentam dificuldades para acessar a via sem deixar que o automóvel acabe descendo para trás.
A reportagem do Metrópoles esteve no local e registrou alguns motoristas tendo problemas para passar pela rampa e sair do estacionamento. Para eles, o espaço foi projetado de maneira inadequada.
Veja:
Segundo Luciana Freitas, 47 anos, a rampa do estacionamento não é acessível e, para o condutor, dá a sensação de que o carro pode, até mesmo, virar.
“Aquela rampa ficou muito ruim. Dá aquela impressão de que o carro vai cair por ser muito alta. Já ocorreu também de quase ter acidente ali, porque às vezes a pessoa não consegue segurar o carro na rampa e volta em tempo de bater em outro veículo que está estacionado ou atrás esperando para sair”, comenta.
A mulher também comentou que a subida dificulta a visibilidade de quem está dentro do automóvel, em função do grau de inclinação. “À medida em que for saindo, a gente não consegue ver os carros que estão vindo na pista. Se você acelerar, corre o risco de pegar o outro carro vindo, ou então, se tiver que segurar, você não consegue segurar, e o carro pode voltar e bater em outro carro que está parado atrás”, explica.
O educador físico Carlos Oliveira, 40 anos, identificou três problemas no estacionamento: a rampa na saída, a faixa de pedestre logo no acesso à pista e o fluxo de carros que está vindo.
“Aquele espaço não foi bem pensado. Quando me deparei com a rampa, a faixa de pedestre e os carros passando, eu já descartei estacionar o carro lá outras vezes depois da primeira dificuldade que tive. Tem que ter um controle de embreagem muito bom e um olho nos pedestres e nos carros que estão vindo”, conta.
Marconi Melo Filho mora próximo ao estacionamento do comércio e relatou que, para ele, a maior dificuldade é ter uma boa visibilidade dos veículos que estão vindo na pista.
“O ideal seria que essa rampa fosse mais plana. Nunca cheguei a ver um acidente no estacionamento, mas os moradores reclamam bastante desse desnível. Em períodos de chuva piora ainda mais a visibilidade, sem contar que alguns carros patinam na subida, e o estacionamento às vezes alaga”, detalha o advogado.
O outro lado
A reportagem entrou em contato com a empresa Grupo Carlton, proprietária do Edifício Corum, para questionar a respeito do projeto do estacionamento, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) informou que a rampa de acesso é de responsabilidade do proprietário do prédio e não da companhia. Leia a nota abaixo:
“A Novacap informa que executa as calçadas e rampas em conformidade com as normas de acessibilidade previstas em projetos e contratos, portanto as rampas não são contabilizadas de forma unitária. A Novacap ressalta que a manutenção de calçadas existentes e a adequação de rotas acessíveis em todo o DF, fazem parte de contratos contínuos que visam melhorar a acessibilidade, a reforma das calçadas antigas e a ampliação dos trechos muito usados pelos pedestres. Outra maneira de execução desse tipo de serviço é a implantação de rotas acessíveis com projetos elaborados pela Seduh, que prevêem requalificação urbana dos trajetos entre as paradas de transporte público e os equipamentos públicos com grande demanda de acesso pela população como escolas, hospitais, estação de metrô etc. Nos contratos de estacionamento e reforma de campo de grama sintética também são executadas calçadas no seu entorno, garantindo acessibilidade aos equipamentos públicos. A Novacap destaca ainda que atua quando solicitada pelas administrações ou órgãos responsáveis, mediante disponibilização de recursos“.
Por meio de nota, a Administração do Plano Piloto informou que todo prédio deve ter o projeto de impacto de trânsito para liberação dos apartamentos, e que não é a administração que emite esse documento, pois existe órgão exclusivo para isso.
“A administração não tem competência, não regulamenta, não fiscaliza e nem indica locais para estacionamentos , ainda mais por ser uma área tombada”, pontuou.
O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) disse que “não possui responsabilidade com o local” e que “não é competência do departamento fiscalizar ou analisar a projeção de construções de estacionamentos”.