Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um corredor do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com vários pacientes intubados com coronavírus. A gravação foi postada na terça-feira (23/3).
O homem que filma faz um desabafo e acusa parte da população do Distrito Federal pela situação caótica na unidade de saúde, uma vez que muitos não respeitam as medidas de distanciamento social necessárias para barrar a propagação da Covid-19.
“Fica brincando, aqui é o Hospital de Santa Maria, isso aqui é um corredor”, afirma. “Todo mundo no tubo. Fica aí tomando cervejinha sem máscara!”, finaliza a pessoa que grava as imagens.
Assista:
O que diz o Iges-DF
Questionado, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal, que faz a gestão do Hospital de Santa Maria, respondeu que, para melhor atender seus pacientes e não deixar ninguém sem assistência, tem aproveitado todos os espaços possíveis em suas unidades.
Veja a nota do Iges-DF, na íntegra:
“O Iges-DF esclarece que a equipe da Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Covid-19 do Hospital Regional de Santa Maria está fazendo um grande esforço para não deixar pacientes sem atendimento. No local, a capacidade máxima é de 15 pacientes, mas nessa terça-feira (23/3) foram acomodados 23 pacientes que precisavam de assistência. O Iges ainda esclarece que:
– em razão do cenário de pandemia, em que é registrada uma sobrecarga tanto das unidades públicas quanto privadas, as unidades do Iges estão tentando aproveitar todos os espaços possíveis para atender pacientes;
– o excedente de pacientes não comprometeu o atendimento, visto que foi feita a intubação dos 14 pacientes que necessitaram e os outros nove receberam os demais cuidados necessários;
– os pacientes estão sob constante monitoramento, para que, em caso de agravamento do quadro clínico, o hospital solicite rapidamente um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), cuja transferência depende do complexo regulado da Secretaria de Saúde“.
Média móvel
A média móvel de mortes por Covid-19 na capital do país acumulou a 9ª alta consecutiva e chegou, na terça (23/3), ao maior número já registrado desde o início da pandemia: 46,7. O recorde anterior foi no dia 21 de agosto de 2020, no pico da primeira onda, quando o índice marcou 43,9.
Na comparação com o apurado há 14 dias, houve crescimento de 157,5%, o que confirma a tendência de rápida alta na quantidade de mortes. Devido ao tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação dos especialistas no sentido de comparar a média móvel do dia com a de duas semanas antes. As oscilações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam invariabilidade.