Fim de ano, resoluções novas. Ou melhor, velhas. A criação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e a expansão do metrô entraram na lista de projetos do Governo do Distrito Federal para 2016. Resta saber se, desta vez, as promessas vão, enfim, entrar nos trilhos ou se continuarão naquela listinha de tarefas adiadas.
Na tarde desta quarta-feira (16/12), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, assinaram autorização para contratar estudo para a criação do VLT que circulará da antiga Rodoferroviária à Rodoviária do Plano Piloto, passando pela Esplanada. Será o chamado VLT Monumental.
Na ocasião, Rollemberg e Kassab também assinaram autorização para contratar estudo para desenvolver a Linha 2 do metrô, que passará na Asa Norte.
Outra contratação que também será licitada — no valor de R$ 26 milhões — é para elaborar estudos e projetos básico e funcional do Trecho 1 do VLT da W3. A proposta está prevista no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana do Distrito Federal.
Críticas
Flávio Augusto Dias, especialista em transporte da Universidade de Brasília (UnB), defende que estudos mais específicos sejam feitos para decidir os locais de implantação do projeto.
Não há demanda que leve à necessidade de implantar um VLT no Plano Piloto. Hoje, o sistema é suficiente para atender a demanda com ônibus. Talvez se justificasse a implantação em outras regiões, como Taguatinga, onde circulam mais de 1,5 milhão de pessoas por dia
Flávio Augusto Dias, especialista em transporte
Segundo o GDF, os recursos de R$ 103 milhões para os três estudos — Linha 2 do metrô, o VLT Monumental e o Trecho 1 do VLT da W3 — virão do Programa de Aceleração e Crescimento (PAC) da Mobilidade, do Governo Federal.
Edital
No documento assinado pelo governador, está prevista ainda uma avaliação para o desenvolvimento desses modelos de transporte. De acordo com o diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), Marcelo Dourado, no fim de janeiro de 2016 deverá ser aberto edital para a contratação dos estudos. Dourado estima que esses levantamentos sejam concluídos em 12 a 16 meses.
Idas e vindas
O primeiro trecho do VLT de Brasília seria construído a partir de setembro de 2009, e faria a ligação do Terminal Asa Sul à 502 Norte, num trajeto de 8,7 km e 11 estações, ao longo da W3. Essa fase da obra estava orçada em R$ 780 milhões. O término da construção desse trecho deveria ocorrer até o fim de 2010. No entanto, a obra foi paralisada pela Justiça em setembro daquele ano.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou que o contrato para construção do VLT fosse anulado, por suspeita de irregularidade na concorrência pública.
Em abril de 2011, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) anulou a concorrência de 2009, e o GDF anunciou que faria nova licitação para o VLT.
Em setembro de 2011, o então secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, descartou a possibilidade de implantação do trecho entre o Terminal Asa Sul e a 502 Norte até 2014, para a Copa do Mundo. Segundo ele, a prioridade era entregar o trecho que ligará o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal Asa Sul, com 6,4 quilômetros de extensão.
Em abril de 2012, durante audiência na comissão especial da Copa do Mundo da Câmara Legislativa, o então secretário de Obras do Distrito Federal, David de Mattos, admitiu que o VLT de Brasília não ficaria pronto antes da realização do Mundial.
Em setembro do mesmo ano, foi publicada, no Diário Oficial da União, a resolução que oficializou a retirada da obra do VLT de Brasília da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo.
Em 1º de março de 2013, o GDF publicou o edital de qualificação das empresas interessadas em assumir a construção do VLT, marcando a retomada do projeto.
Com informações da Agência Brasília
