Um homem de 30 anos morreu atropelado na manhã desta sexta-feira (16/10), no Setor Policial Sul, sentido Plano Piloto. Deivid da Silva Alves estava numa parada de ônibus, próxima ao Quartel da Polícia Militar, quando foi atingido por um carro desgovernado conduzido por um rapaz de 23 anos, que dirigia embriagado. Segundo Luiz Alexandre Gratão, delegado-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), que investiga o caso, a ação foi enquadrada como homicídio doloso, quando a pessoa assume os riscos de sua conduta.
O estudante Davi Alves Carvalho realizou espontaneamente o teste do bafômetro no local do acidente e ficou constatado teor alcoólico de 0,51 mg/l de ar expelido. A lei não permite nenhum índice de álcool para quem está dirigindo. Se o motorista for detectado com mais de 0,34 mg/l de ar expelido, pode responder criminalmente. A pena varia de seis meses a três anos de detenção. Ele se apresentou à 1ª DP.
O motorista foi autuado por embriaguez ao volante. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, como se trata de crime inafiançável, homicídio doloso, o condutor foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito e se encontra preso na carceragem da PCDF, onde permanece à disposição do Judiciário.
Os pais de Carvalho também estiveram na 1ª DP. “Estamos passando por um momento muito delicado e preocupados também com a família da vítima”, garantiu a mãe do estudante, que não quis se identificar. O pai, Técio Carvalho, atua como advogado do filho no caso. Ao deixar a delegacia, desabafou: “É, não tem mais jeito”.
Lei Seca
Nem o rigor da Lei Seca tem evitado casos como o de Deivid. Em 24 horas de blitzen entre quinta e esta sexta, o Detran autuou 53 pessoas e prendeu uma por dirigirem alcoolizadas em vias do Distrito Federal. Essas pessoas se juntam às 1.586 prisões e 12 mil autuações entre janeiro e fim de setembro deste ano.
A vítima
Um amigo da vítima contou que Deivid era casado há três anos e prestava serviços gerais para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo Paulo Reis Souza, cunhado da vítima, ele morava em Samambaia Norte e tinha planos de ter filhos. “É triste. No nosso país existem leis, mas elas não são aplicadas. O motorista errou e agora a Justiça tem que agir”, afirma.
O acidente interditou parcialmente a via, causando um engarrafamento que atingiu a saída da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), causando problemas. A perícia terminou o trabalho por volta das 10h15, e o trânsito está liberado. Aos poucos o fluxo na EPTG vai se normalizando.
Os bombeiros ainda tentaram reanimar a vítima no local, mas não tiveram sucesso. O condutor do veículo não se machucou, mas ainda não se sabe como o acidente ocorreu. Duas das três faixas da via estão interditadas, já que muito óleo foi derramado no asfalto. (Colaborou Gabriel Luiz)
