Balanço da Secretaria de Saúde do Distrito Federal sobre as demandas da população registradas pela pasta revela um dado que traduz bem o sentimento de quem busca atendimento na rede pública: as queixas lideram, com muita folga, os temas das comunicações entre governo e sociedade. Dados divulgados pelas ouvidorias da própria secretaria e a Geral do GDF mostram que, a cada sete críticas, a área da Saúde recebe apenas um elogio dos brasilienses.
Nos primeiros meses do ano, o setor recebeu 7.718 reclamações, 46,68% do total recebido pelo governo. Apenas 1.406 elogios foram registrados pelos pacientes e se referiam, em sua maioria, à atitude de servidores e não ao sistema. Além disso, a população apresentou 6.528 pedidos à Secretaria de Saúde.
Em cada local, quatro pessoas foram ouvidas. Dos 16 entrevistados, 11 reclamaram da demora enfrentada. “Estou há três horas esperando um ortopedista para avaliar a situação do meu pé”, relatou Rosireno Brito de Souza (foto), 32 anos, que aguardava na fila do pronto-socorro do HRC.
Quando conseguem atendimento, alguns pacientes ainda têm de enfrentar profissionais com pouco preparo. Quatro dos entrevistados afirmaram ter sido mal atendidos. “Esperamos um tempão na fila e o médico nem sequer olhava na nossa cara”, disse, nervoso, o professor Hamilton Firmino da Silva, que havia levado a mãe, de 84 anos, para uma consulta cardiológica no HBDF.
A infraestrutura é outro alvo de críticas. A copeira Fátima Moreira, 47 anos, esteve no HBDF, mas saiu sem ser atendida, pois uma das máquinas usadas para realizar exames estava desativada.
