O Distrito Federal será a primeira unidade da Federação a receber doses dos novos medicamentos contra a hepatite C adquiridos no exterior pelo Ministério da Saúde. O tratamento apresenta mais de 90% de chance de cura, contra 50% do método antigo.
O investimento total foi de R$ 1 bilhão, sendo que o custo do tratamento individual é de, aproximadamente, US$ 9 mil — cerca de R$ 34,8 mil na cotação desta terça-feira (20/10). Inicialmente, 250 pessoas receberão o medicamento na capital do país. O plano do ministério é distribuir o remédio para 30 mil pessoas em todo o Brasil em um ano.
Para ser beneficiado, o paciente precisa se enquadrar nos critérios estabelecidos em protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre eles, ser paciente co-infectado pelo vírus HIV, ser pós-transplantado de fígado e não ter tido sucesso em tratamentos realizados anteriormente.
Capacitação
Aqueles já cadastrados para utilizar os remédios no DF poderão ter acesso ao medicamento a partir da semana que vem, após o treinamento dos médicos que prescreverão as doses. A capacitação ocorrerá nos próximos dias e será feita pelo Ministério da Saúde.
São três medicamentos diferentes: sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir. Os dois primeiros chegam na próxima segunda-feira (19/10). Até dezembro, o último estará disponível. Os remédios ficarão nas Farmácias de Alto Custo e no Hospital Dia, na 508/509 Sul. No entanto, os pacientes devem aguardar a ligação telefônica das equipes para serem informados sobre como se submeter ao tratamento.
Estatísticas
Anualmente, 3 mil pessoas morrem devido à hepatite C no Brasil. Nos últimos 13 anos, foram 120 mil casos confirmados. A estimativa do governo é de que 1,4 milhão de brasileiros convivam com a doença, embora muitos deles não saibam que estão infectados. No DF, acredita-se que entre 15 mil e 20 mil pessoas tenham a enfermidade.
Causada pelo vírus HCV, a hepatite C é silenciosa porque, na maioria dos casos, os primeiros sintomas demoram de 15 a 20 anos para aparecer. O contágio se dá por transmissão parental (sangue contaminado), sexual, vertical (mãe para filho) e hospitalar.
