O casal João Freire de Sousa, 57 anos, e Maria de Nazaré Ferreira de Sousa, 58, estava no ônibus que tombou na BR-070, na altura de Ceilândia, nesse sábado (21/10). O homem não resistiu aos ferimentos e é uma das pelo menos cinco vítimas do acidente. A mulher está internada em estado grave no Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Dezoito pessoas ficaram feridas, segundo o Corpo de Bombeiros.
Silvana Ferreira de Sousa, filha das vítimas, disse ao Metrópoles que os pais tinham viajado para visitar alguns parentes no Maranhão. E estavam voltando para Brasília nesse sábado.
“Por volta das 17h30, eu falei com a minha mãe por telefone para saber por que estavam demorando a chegar aqui. Ela me disse que o ônibus que estavam tinha sido parado. Foi aí que eu falei: ‘Vish, mãe, esse ônibus é ilegal. Quer que eu pegue vocês aí?’. E ela me disse que não precisava, pois o veículo seria escoltado até a Rodoviária de Taguatinga”, conta Silvana.
Segundo a professora, a mãe, inclusive, falou que a filha já poderia ir para a rodoviária esperá-los. “O tempo foi passando, e eles não atendiam mais o telefone. Por acaso, durante uma conversa por telefone com uma amiga, ela me contou sobre um acidente envolvendo um ônibus de turismo, e foi aí que eu soube o que tinha acontecido com os meus pais”, lamenta.
Irresponsabilidade, pneus carecas e chuva
O ônibus de turismo que capotou na BR-070 estava irregular e era escoltado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no momento do acidente.
O motorista havia recebido ordem de parada no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pouco depois de Águas Lindas de Goiás, onde passou pela vistoria de fiscais da ANTT. Na ocasião, ficou constatado que se tratava de transporte pirata.
Seguindo o protocolo, os fiscais escoltariam o ônibus até o terminal rodoviário mais próximo. O combinado seria que o motorista deixasse todos os passageiros na rodoviária de Taguatinga e providenciasse transporte regular para que as pessoas seguissem viagem até os respectivos destinos.
Na altura de Ceilândia, o condutor passou a acelerar o veículo na tentativa de despistar os fiscais da agência reguladora. Em determinado momento, com a pista escorregadia por causa da chuva, perdeu o controle da direção e tombou o ônibus no canteiro central da BR-070. O Metrópoles apurou que o veículo estava com os pneus carecas.
